NO LIMITE DA IGNORÂNCIA

 

Alai Sidibé

Alai Sidibé

alt0154@londonmet.ac.uk

Londres, 04 Julho 2007

 

“A estupidez insiste sempre” (Albert Camus 1913-1960)

“Não existem mais que duas regras para escrever: ter algo a dizer e dizê-lo” (Oscar Wilde 1854-1900)

Mas pelos vistos há quem seja completamente alheio ao conselho do grande dramaturgo e novelista irlandês, pois não parece ser este o lema de certas figuras que se crismam de guineenses, mas que de guineenses  nada evidenciam, tal como nota o comprometido Didinho. Assim como há pessoas que levam demasiado tempo a se aperceberem da triste figura que protagonizam, e, consequentemente, o ridículo que teimam em se sujeitar.

Os guineenses de alma nobre ficaram assim estupefactos com as constantes e inconsequentes ameaças à integridade física e moral do Didinho e não só, por parte de figuras que, estupefactamente ou não, preferem se posicionar do lado do mal, ou seja, do lado da ditadura do general e do regime que este implementou na Guiné a partir de 14 de Novembro de 1980.

Há pessoas que, sendo incapazes de produzir qualquer raciocínio inteligente, optam simplesmente por se destacar pelas piores razões deste mundo; gente que, debatendo-se com um défice crónico no que diz respeito à substância intelectual, preferem eleger a má educação como carta de apresentação, pura e simplesmente.

A linguagem usada pelo senhor P.C.B. num comentário à subscrição ao documento ‘ABAIXO ASSINADO CONTRA A DITADURA NA GUINÉ-BISSAU’ (disponível neste site), revela-se impróprio de qualquer meio civilizado, ao mesmo tempo que mostra a nu toda a falta de estatura do seu autor, mesmo que este autor se chame P.C.B.

Um outro email de um outro senhor, creio que a viver em França, não deixa, igualmente, de se revelar bizarro: ‘Amilcar Cabral levou três tiros na cabeça e ficou bem morto,’ dizia a mensagem. Palavras muito injustas (!) para com um herói que, trinta e quatro anos após a sua partida, nos continua a educar, a nós os africanos, em particular, e à Humanidade, em geral. Chegado a este ponto, torna-se necessário recuperar o ensinamento do professor Maltez, segundo o qual, “Homens livres livram-se dos ódios e têm a coragem de vencer os preconceitos.” E quem não está preparado para esta realidade, não está preparado para partilhar coisas no mundo actual, cada vez mais caleidoscópico e tolerante.

Curiosamente, e apesar da excessiva sede pela exposição por parte de quem profere tanto insulto, não só Amilcar Cabral tem sido vítima neste processo. Também o português, uma língua tão honesta quanto simpática, mas que nem por isso tem sido poupada do maltrato proveniente desta onda ignorante, tanta é a pobreza dos textos (na forma, pois do conteúdo já nem se fala). Neste lote se inclui os senhores P.C.B. (já nomeado), D.G, J.G, e B.S.S.

Chegamos assim a um ponto em que certas figuras se julgam donas e senhoras de um país - que é de todos nós – quando na realidade o único monopólio que detêm é o da ignorância, tal como o regime que se eternizou na Guiné-Bissau.

 

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Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO

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