nacionalismo?  prefiro Antes o patriotismo!

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

29.01.2008

Há quem tenha aversão ao despertar de consciências que a pouco e pouco vai desafiando os guineenses para com as suas responsabilidades de cidadania e tenta, através de uma equivocada cultura nacionalista com características pré-definidas e pré-concebidas, que mais não são conceitos de divisão e exclusão, em que as referências do nacionalismo devem obedecer aos seus  interesses,  contrapor-se aos interesses nacionais, no capítulo da definição identitária guineense.

Há dias, escrevi que os guineenses vivem permanentemente entre a esperança e a desilusão, pois, é uma realidade indesmentível, ainda que, uma constatação multifacetada na interpretação e avaliação, tendo em conta os factores a considerar e o contexto dessas considerações.

A identidade guineense continua a ser um argumento de divisão e exclusão no seio da nossa sociedade, apesar de toda ela, ser multi-étnica e multi-cultural.

Infelizmente, esta é uma constatação visível nas várias contradições que persistem nas lutas hegemónicas, quer nas estruturas do poder do Estado, quer na afirmação social, num contexto global em que o poder se mistura com a sociedade nas promiscuidades de conveniência em que a demagogia como instrumento manipulador consegue criar condições para que essa divisão e exclusão persistam, hipotecando a estabilidade do país e, consequentemente, o seu desenvolvimento.

Da esperança e da desilusão, há que ter sempre o factor humano como referência no apontamento que se pretende desenvolver e nesta minha reflexão de hoje, não podia ficar indiferente às lições e ilações do percurso de convivência que tem marcado, desde 10 de Maio de 2003, data em que criei o Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, o meu dia-a-dia na forma de ser e de estar para com os meus irmãos guineenses e também para com os amigos da Guiné-Bissau, bem como, a minha visão sobre o passado, o presente e o futuro da terra que nos une. Uma visão pessoal, não podia ser de outra forma (não represento o Estado, partidos ou instituições), e que venho dando a conhecer, sempre convictamente, ao longo de quase 5 anos; como será legítimo cada um ter a sua visão e o direito de manifestá-la, como aliás, muitos já fazem!

Sem nenhuma dose de vaidade ou arrogância, penso que hoje, muita gente passou a saber mais sobre a Guiné-Bissau devido à aproximação que o Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO consegue fazer entre quem procura obter informações e dados sobre o país e os que decididamente querem dar os seus contributos, através de ideias e opiniões, servindo-se da PONTE de ligação, que é este Projecto!

Tenho estado a pensar sobre a melhor forma de enquadrar o Projecto numa perspectiva comunitária institucional, mas não é fácil interligar as diferentes sensibilidades, não para o consenso em relação às causas que justificam a essência do Projecto, mas à participação e responsabilização equitativa dos aderentes, com base num compromisso que a experiência pessoal destes 5 anos, me demonstra não ser fácil de conseguir. Muita gente promete participar, mas não cumpre e a expectativa de uma grande caminhada normalmente acaba no próprio ponto de partida e não é isso que se pretende, pois a ser assim, mais vale deixar o Projecto continuar tal como está, até  que se consigam melhores resultados na transmissão/assimilação da sua utilidade aos guineenses, a bem da Guiné-Bissau.

De qualquer forma e como anunciei anteriormente, mantenho a pretensão de transformar este Projecto numa Associação vocacionada para os problemas de Cidadania e aproveito para vos desafiar, a todos, a darem opiniões sobre o que querem que este Projecto passe a ser, numa perspectiva institucional participada.

Penso que devemos debater este assunto, pois há muito que a fronteira pessoal deste Projecto foi aberta a todos os guineenses e amigos da Guiné-Bissau. Participem, as vossas opiniões contam para a definição e estruturação futura deste trabalho!

O Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, por tudo que me tem chegado, ganhou simpatia não só de guineenses, mas de amigos da Guiné-Bissau, sendo que também, e como não podia deixar de ser, antipatia de algumas pessoas.

No domínio da comunicação virtual, onde estamos inseridos, há lutas intestinas entre guineenses, mesmo quando uns se definem  ideológica e politicamente comprometidos com o país e não com os partidos políticos ou com fulano A, B, C etc. (como é o meu caso e de muitos que ao longo destes anos têm dado importantes colaborações para o despertar de consciência do povo guineense), ou, abertamente, quando outros, não se definindo ou não se comprometendo com a defesa de causas em nome de um todo, que é o país, sentem-se ultrapassados pelo trabalho, pela entrega, pela dedicação, pelo sacrifício dos que objectiva e decididamente têm na afirmação e dignificação da Guiné-Bissau, bem como na melhoria das condições de vida dos guineenses, causas motivadoras que os impede de ficarem indiferentes.

Simpatia, de todos quantos querem a Liberdade, a Justiça, a Paz, a Dignidade, o Bem-estar dos guineenses e o Desenvolvimento da Guiné-Bissau.

Para os que manifestam simpatia com este Projecto, é visível que o conceito de patriotismo sobrepõe-se  ao conceito nacionalista na óptica caracterizadora da identidade guineense, pois isenta referências sob pretextos étnicos, religiosos, políticos, etc. .

Os que se simpatizam com este Projecto, não têm que estar necessariamente de acordo com as opiniões de uns e de outros, mas no geral, sabem ver a objectividade  e a seriedade que está patente neste trabalho e, por isso, juntam as suas forças, as suas opiniões, as suas sugestões, para que o convívio e a troca de ideias possam servir para transformar este Projecto num ponto de aproximação e de positivismo entre guineenses e amigos da Guiné-Bissau, fazendo chegar ao país os seus contributos!

O Positivismo não significa nem implica que se tenha que falar sempre bem enquanto se faz o mal. O Positivismo de que falo significa que temos que nos rever nos princípios éticos e morais que norteiam qualquer sociedade, com base em referências de cidadania e em que não devemos interessar-nos só pelos nossos direitos, mas também, pelos nossos deveres e, respeitando igualmente, os direitos e os deveres de cada um.

O Positivismo de que falo significa respeito pela dignidade humana. Significa dar voz a cada um, significa poder saber o que cada um pensa da nossa terra, dos seus problemas e de como ajudar a ultrapassá-los.

O Positivismo de que falo, é uma forma de pensar aberta a críticas e a elogios, a alertas e denúncias, bem como à divulgação e reconhecimento das potencialidades e valores do país.

O Positivismo de que falo, não pressupõe ocultar os nossos problemas, pois ocultando-os, ficarão sem solução!

O Positivismo de que falo assenta na Solidariedade ao invés da Indiferença!

O Positivismo de que falo, pressupõe recuperar o orgulho nacional, incutir a confiança e o espírito de vitória para que cada problema seja visto como uma luta que, todos juntos, temos que vencer!

Para os que têm uma certa antipatia para com o Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, há vários considerandos a ter em conta, mas que podem ser resumidos em motivos que têm a ver com o despertar de consciência dos guineenses, cujo incentivo tem sido incansavelmente promovido pelo Projecto, ao exigir responsabilidade e responsabilização a todos quantos, de uma forma ou de outra, prejudicaram ou têm prejudicado o país!

As opiniões, os alertas e denúncias que são publicados e divulgados em www.didinho.org têm ajudado a evitar muitos erros do passado na Guiné-Bissau, ainda que, de forma indirecta, mas testemunhada e reconhecida.

Continuamos a preferir que as nossas opiniões, as nossas denúncias e os nossos alertas não sejam confirmados, de facto, pois isso, é sinal de que, houve consideração sobre os mesmos e, daí, antes sermos vistos como "mentirosos", do que ficarmos indiferentes e sem opiniões, sem alertas, sem denúncias, permitindo que os poderes do poder na Guiné-Bissau, façam uso e abuso da autoridade ditatorial, tal como no passado!

O nacionalismo, que para mim, não é sinónimo de patriotismo, faz parte das lutas intestinas de afirmação, que os guineenses, lamentável e erradamente disputam entre si.

O sucesso, só se consegue com trabalho e pelo reconhecimento desse mesmo trabalho! Não se consegue sucesso tentando destruir o trabalho dos outros, mas trabalhando cada vez mais e melhor, oferecendo mais e melhores alternativas do que outros trabalhos oferecem!

Esta deve ser a mentalidade ganhadora para o sucesso pessoal, empresarial, ou colectivo, numa abrangência nacional, e nunca a mentalidade mesquinha e destrutiva que usa a divisão e a exclusão social como argumento para uma suposta concorrência, seja ela na estrutura do poder de Estado, seja ela no quotidiano social das nossas comunidades, reais ou virtuais, na Guiné ou na diáspora. 

O Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO sempre esteve aberto a todos. Esperamos que sirva de exemplo aos que continuam fechados em si próprios,  esquecendo-se de dar voz e ouvidos aos outros e, ainda, utilizando insultos e ataques pessoais como argumentos de debate de ideias!

A nossa missão é a de sensibilizar, educar e formar o nosso povo, para que, na qualidade de dono da terra, esteja melhor preparado para enfrentar e vencer os desafios do desenvolvimento.

De nacionalistas está a Guiné-Bissau "muito bem servida"... Mas se todos os nacionalistas fossem patriotas, hoje a nossa terra não seria apontada pelo mal, mas sim pelo bem. Pensem nisto!

Vamos continuar a trabalhar!

PROJECTO GUINÉ-BISSAU: CONTRIBUTO - LOGOTIPO

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO

www.didinho.org