Igreja católica guineense - Modelo na política de atracção de quadros

 

 


 

Agostinho Pereira Gomes

bonacansa@hotmail.com

20.03.2011

 

Agostinho Pereira GomesContrariamente ao modo de ser e de agir do Estado guineense desde há mais de 3 décadas relativamente à política de formação de quadros no estrangeiro, pode-se afirmar que hoje, na Guiné-Bissau, a Igreja católica é um modelo na política de atracção e enquadramento de quadros e técnicos formados nas diferentes universidades do mundo, sobretudo na Europa. 

Não faz sentido formar quadros só por formar. É fundamental pensar uma política séria que os estimule e os convide a regressarem. Só um desatento não se dá conta que temos centenas de quadros e técnicos especializados espalhados pelo mundo fora, sendo que a maioria trabalha fora do âmbito da sua formação. Alguns já admitem fazer o resto da vida onde se encontram. 

 

A maioria deles, senão todos, são quadros formados pelo Estado da Guiné-Bissau. Come se pode calcular são milhões de (fundos perdidos) utilizados na instrução de cérebros que agora estão a servir outros países.

 

As motivações para esse comportamento são diversas  mas, não se deve negar que a inexistência de uma política séria no concernente a atracção e inserção de quadros contribui em grande parte para esta desgraça.

 

Para os quadros formados pela Igreja católica, o regresso ao país e o enquadramento já não constituem grandes problemas.

 

O renascimento de esperança para crianças desfavorecidas guineenses com a construção do hospital pediátrico em Bôr, arredores de Bissau, obra do Padre Ermanno Battisti, fez igualmente renascer esperanças de um regresso para os quadros formados no estrangeiro, a fim de pôr ao serviço da Nação os conhecimentos científicos adquiridos.

 

Bloco operatório

 

Hoje, naquele magnífico hospital de referência do país, trabalham quotidianamente e sem tréguas 4 quadros nacionais formados no estrangeiro, no combate às doenças que perigam as vidas das nossas crianças.

 

Este acto de coragem e de renascimento de espírito patriótico está a ser "oxigenado" pela boa gestão da Administração do hospital, coordenada pelo administrador Fernando Correia, licenciado em Economia e Comércio pela Universidade de Verona, Itália, "espinha dorsal" de todo o sucesso já conquistado pelo estabelecimento hospitalar de Bôr.

 

Está lançado o desafio, espera-se que haja mais atitudes, sobretudo da parte dos que nos governam e nos querem continuar a governar.

 

 

Finalidades da criação do Hospital em Bôr

 

 

O Hospital pediátrico de Bôr

 

A construção do hospital pediátrico em Bôr é um sonho do Padre Ermanno Battisti tornado realidade. 

O projecto foi possível graças aos doadores italianos que tiveram a coragem de sacrificar as suas poupanças para o financiamento da construção daquele que hoje é considerado um dos melhores estabelecimentos de saúde na Guiné-Bissau.

 

Também, não se deve desdenhar a audácia do médico guineense Augusto Barbosa, mentor da proposta da criação do Bloco Operatório São José anexo ao hospital, assim como o papel impulsionador dessa ideia lançada por médicos italianos, em particular o doutor Giovanni Morandi e o doutor Valentino Prandini.

 

Segundo informações a que tivemos acesso, o primeiro fim pelo qual aquele hospitalar foi pensado e desejado é a assistência de qualidade às crianças doentes, mesmo às mais desvalidas, tendo como exemplo o que se faz, há já muito tempo, na Missão de Cumura e noutras, todos eles modelos de competência, de operacionalidade e de carinho para com às crianças doentes, de forma particular para com as mais necessitadas.  

           

O segundo fim é o de ser um incentivo para o regresso de quadros guineenses no estrangeiro,  em primeiro lugar dos formados em medicina, para serem, eles próprios, uma “tábua de salvação para muitas crianças e outros doentes”.

           

Por fim o terceiro objectivo é o de testemunhar ao mundo as capacidades dos guineenses bem formados e os frutos da harmoniosa e activa colaboração dos mesmos com pessoal e organizações de outros países.

 

São desses "pedaços" de iniciativas e ambições que se faz uma história, e a Guiné-Bissau precisa de ambições não só dos seus políticos e doadores internacionais, mas também de cada um dos seus filhos.

Quiçá gestos de amigos da Guiné-Bissau, nomeadamente da "Agenzia Vigevano Prabis", do "progetto Anna ONLUS", do Poliambulanza Charitatis Opera de Brescia, de pessoas de coragem e bem feitores como o do Padre Ermanno Battisti missionário ao serviço do país há 40 anos, o do vice-Reitor da Faculdade de Medicina de Padova, Professor Giovanni Franco Zanon e do senhor Rino Stocco, coordenador do grupo de financiadores dos estudos do cirurgião pediatra Dionísio Cumbá e das obras do Hospital Pediátrico em Bôr se repitam para que muitos outros conterrâneos possam vir a estudar na Itália. 

 

 

Aspecto exterior do HospitalInterior do Hospital


 

Fotos fornecidas pelo Hospital Pediátrico de Bôr

 

 

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