Guiné - Bissau: que leitura dos resultados DAS Presidenciais?

 

 

 

 Filipe Sanhá[1]

 

filipesanha@iol.pt

 

01.08.2009

 

Filipe SanháA Guiné – Bissau é a Pátria e Mátria de todos os GUINEENSES! Quem ainda não entendeu isso terá que começar a pesquisar e a interpretar esta realidade! Não temos para onde ir! Podemos emigrar, quadros de elevado prestígio e qualificação e os desesperados, em qualquer canto do GLOBO onde estejamos, e mesmo um efectivo Conselheiro Principal do Presidente OBAMA, de origem GUINEENSE, sentimo-nos GUINEENSES. Ficamos mal dispostos e doentes quando as notícias provenientes do País não são agradáveis. A inteligência pura deve dar lugar à emocional pela sua natureza, características e abrangência. Trata-se de saber avaliar os contextos, sociais, económicos e políticos, de forma equilibrada.

 

Acompanhando os sucessivos acontecimentos no Mundo, podemos concluir, facilmente, que em maioria de casos a racional sobrepõe-se à emocional, infelizmente, por razões, muitas vezes de índole pessoal, fundamentalmente, na vertente de filiação político - partidária. A GUINÉ - BISSAU é assumida como um país atrasado, subdesenvolvimento (i.e. em desenvolvimento, segundo a nova designação da ONU), corrupto e miserável!! Em parte alguns desses adjectivos encaixam-se, relativamente. Mas devemos interrogar-nos: Qual o país do nosso Planeta, que não detém pelo menos um destes adjectivos?

 

Defendo a GUINÉ – BISSAU até às últimas consequências: porque sem a GUINÉ – BISSAU, a minha vida não fará sentido, porque não quero morrer apátrida! Os GUINEENSES, independentemente, da origem étnica, raça, cor da pele ou crença (tenho um artigo sobre isso, neste espaço), pugnam por um PAÍS para TODOS.

A 2ª fase das eleições Presidenciais, em 2009-07-26, indiciavam, única e, exclusivamente, uma de duas hipóteses, ou o candidato Dr. Malam Bacai Sanhá ou o Dr. Mohamed Embaló, ambos por acaso, de confissão muçulmana, embora isso não me pareça, minimamente, relevante.

 

Em contactos permanentes com Bissau, fiquei a saber coisas surpreendentes: Os candidatos estabeleceram um pré-acordo de aceitação dos resultados finais, desde que sejam, nacionais, e, internacionalmente, reconhecidos como transparentes e válidos. Esta posição é um novo paradigma na realidade AFRICANA, ou seja, em prol da estabilidade e normalidade institucional da República, as duas proeminentes personalidades do País, rubricaram um “memorandum de entendimento” e de estabilização da nossa vida democrática. Segundo fontes credíveis, na “ aclamação da vitória”o candidato vitorioso com a devida cautela e inteligência, teria convidado o derrotado para estarem juntos, prescrevendo uma postura rara, e diria única, em ciência política, apelando aos seus respectivos militantes a contenção e unidade, para tirar a GUINÉ do fundo do poço, em que se encontra! Esta atitude pragmática e proactiva, inteligente, deixa-me alguns anos de reflexão, tendo em conta os últimos cenários políticos no país.

 

Apraz-me apelar a todos, a par desta nobre pedagogia política: reflectirmos sobre as nossas diferenças, atitudes truculentas, por vezes inconscientes, exacerbadas e propiciantes à violência, porque os GUINEENSES, entendem-se quando os seus dirigentes forem impelidos à introspecção intelectual, racional e emocional, percebendo que a linha vermelha estaria a centímetros de distância! As pedagogias políticas, provenientes de vários quadrantes das sociedades ditas modernas, mas também, paradigmáticas no País, desempenharam neste caso o seu papel, nomeadamente, o nosso SITE PROJECTO CONTRIBUTO, em destaque.

 

Gostaria de primar esta atitude dos líderes da nossa vida colectiva e comum como um excelente presságio para o PAÍS, sub-região e quiçá, o próprio CONTINENTE AFRICANO. 

Formulo votos de sucesso para que esta atitude magnânima, porque permitirá um sono tranquilo a todos os guineenses, no PAÍS e na diáspora, na certeza de que por mais bem posicionados na diáspora, sem uma PÁTRIA / MÁTRIA, estaremos todos vulneráveis, e por isso que Deus nos acompanhe e apoie neste senda de esperança, abençoando - nos.

 

Nha mantenhas pa nô POVO, ki misti paz i sussêgo!

Filipe Sanhá

 

 

[1] - Psicólogo, Mestre e Doutorando pela Universidade de Coimbra (Portugal)

 


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