GUINÉ-BISSAU, O VERDADEIRO PODER

 

Armando Samy

armandosamy@hotmail.com

12.12.2013

Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora, contínua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo humilde e atraiçoado. 

Para garantir que vai continuar assim, o grande cavallia (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao futuro do país.
Gentes – dirigentes - assim mal formadas, vão fazer de tudo para que o país seja o pátio de recreio dos mafiosos.

Senão vejamos, o “caso dos 74 sírios” com passaportes “falsos” vindos de Bissau. Lamentável.

Alguém será responsabilizado por isso?
Ou será uma vez mais os guineenses, todos os guineenses, a pagarem por este acto miserável de alguns pseudos “dunos di terra”?!

A justiça guineense não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
A Guiné-Bissau tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum guineense se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.

Os guineenses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. 
Por uma vez gostava que na Guiné-Bissau alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. 
Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba na Guiné-Bissau, nada é levado às últimas Consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Tudo a que temos direito são mentiras, informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal na Guiné-Bissau, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura. E vivemos mesmo.  

Ninguém quer saber a verdade. 
Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça guineense não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Em suma, existe na Guiné-Bissau uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.

Bem hajam

Armando Samy

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