Guiné-Bissau em trabalhos de parto político, económico e social.

(desta vez um parto sem dor e violência)

 

 

Filomeno Pina  *

filompina@hotmail.com

13.03.2012

Só o Povo da Guiné-Bissau pode reanimar todo o citoplasma desta célula social gigante, com a tranquilidade, paz e fraternidade merecida. Somente o povo é capaz de unir os irmãos e levantar âncoras, largar o Navio a todo o vapor rumo a bom porto de abrigo. Deixando para trás os erros cometidos no passado e olhar o futuro de frente, fazer a pega frontal do touro sem medo, sem hesitar, enfrentando as dificuldades olhos nos olhos, cara a cara, durante o combate e até a vitória final.

Quem enfrenta a sua própria dificuldade, o “monstro” que há dentro de cada um de nós, consegue evitar a influência deste no seu comportamento individual e na sociedade onde vive. Porque logo a seguir os ganhos são evidentes, é costume sentir nas costas os braços dos amigos a ajudar a dominar a força do animal até a sua total rendição. É preciso travar conscientemente o monstro que há em nós, mantê-lo “reprimido” e não obedecer a sua exaltação cá fora no que fazemos.

Uma acção de políticas concertadas sobre o denominador comum entre organizações partidárias e forças vivas no País, são estratégias a não descorar na implementação de projectos para o desenvolvimento sustentado. Comprometer esta união e sua representação de testemunhos empreendedores à causa da Guiné-Bissau.

Como aquilo que nos une é a Mãe-Terra, ao mesmo tempo que é um bem comum é também a motivação que nos mantém à volta do mesma fonte de inspiração. Há que proteger e vigiar, cuidar e estarmos atentos, impedindo que os malfeitores, os piores filhos desta mãe possam instalar as piores ideias que em nada beneficiam o Povo no futuro. São os filhos a sua real riqueza humana e ajudante natural na preservação territorial, organizados para vencer os obstáculos na substituição de peças desgastadas de tanto uso, por outras menos utilizadas ou novas se possível. Com gente capaz e apta servir o País da melhor maneira, satisfazendo as aspirações e os objectivos traçados no projecto e respeitar o comandante do Navio no alto mar.

Esta Nação não pode descorar a sua imagem de grandeza territorial, humana, cultural e civilizacional do seu Povo. Temos uma postura e bom-nome a defender no plano internacional. Façamos então uma demonstração de competências, de capacidades à volta da casa da máquina deste navio, através da sua manutenção do motor que se pretende em boa forma no avanço e no exercício de suas capacidades, isto é, com várias competências e especialidades técnicas para o uso no seu desenvolvimento sustentado num futuro próximo.

Somente uma unidade de pensamento patriótico subjacente será capaz de fomentar esta acção conjunta rumo ao progresso.
Um olhar de esperança sobrevoa entre curvas deste território sem parar, buscando no que resta no fundo da sua memória colectiva os seus filhos de A a Z, sem escolhas por apelidos, credos, influência étnico-cultural,   ou outras, uma terapêutica eficaz de combate aos obstáculos do desenvolvimento das instituições físicas e humanas que até então mantêm um estado de subdesenvolvimento que teimam em persistir como um disco riscado que não permite acabar de escutar a sinfonia até ao fim.

Um Povo que quer a mudança na fraternidade, na unidade dos seus valores de origem sociocultural, já está na rua aos gritos de desespero, dispostos a tudo para preservar a sua liberdade de expressão e tranquilidade, para paz que igualmente tarda a poisar definitivamente na Guiné-Bissau.
Esta Mãe-Terra trás no colo grande todos os seus filhos, conta com todos sem idades, não tem preferência mas tenta na medida do possível ser justa e boa mãe para todos, isolando tudo que faz doer ou provoca desprazer, este vazio sem destino positivo.

Faz a entrega do seu corpo territorial com segurança afectiva nos filhos, pede a todos mais juízo diante dos amigos poderosos e alguns velhacos, pede resistência, lembrança  na dignidade e no carácter de um povo que não tem preço, pede lealdade e respeito na representação dos irmãos, apela honestidade e serviço ao Povo, apela fidelidade aos princípios e juramento da bandeira do povo sempre que as necessidades assim o exigirem na busca da verdade ou em defesa do Estado da Guiné-Bissau. Pede aos seus filhos amor e regresso às origens sem duvidar da entrega da Mãe-Terra nos cuidados maternais que garante a todos sem dúvida um futuro melhor.

Guiné-Bissau, só tu podes reanimar sem soro fisiológico este estado de coma induzida que dura há anos, embora olhando, vendo e ouvindo, muitas vezes sem poder abraçar os próprios filhos, mas na esperança de um dia feliz para o seu povo todos juntos caminhar.

Só Tu tens este dom quase perfeito mesmo enquanto dormes um sono leve, aparentemente distraída nunca te calas, nunca fostes desesperança, nunca escondeste o teu verdadeiro sentimento de paz para todos os filhos, com a vida cheio de felicidades dentro e fora do País.

Contagiaste com amor tudo à tua volta. Só tu sabes como desmanchar este nó cego, acabar com o frio e impotência que encerra o teu corpo impedindo energia criativa e empreendedorismo na busca de soluções e rápidas melhorias no seu estado se saúde actual, rumo às vitorias que estamos certos para breve.

Durante muitos anos um grande pano bordado fabricaste no tear dos Anjos protectores deste chão sagrado, com ele havemos de fazer o sol brilhar do chão, quando poisarmos este Pano de Pymty de cerimónias tradicionais deste Povo. Sua luz irá subir aos céus, com suor e lágrimas que nos falam noite e dia, espalhando os teus segredos, perguntando aos nossos antepassados pelos caminhos já desaparecidos que os antigos sabiam muito bem, para os quais queremos repisar na direcção acertada e não temos respostas ainda para lá chegarmos, mas que estamos dispostos a lutar caminhando até a vitória final.

Juramos todos juntos por uma Nação de Paz e Progresso para o Povo, pedimos a Deus bênção eterna para este chão e os seus habitantes (filhos e amigo dos filhos da Guiné-Bissau).

Esta peregrinação arrancou confessando todos os pecados de omissão, para depois chegados ao santuário então pedirmos todos o perdão da dívida do pão desviado da boca do Povo, perdão dos pecados cometidos, porque o que pertence ao Povo é sagrado, pertence a todos sem excepção (os que têm e os que não…) a intenção será a reconciliação, o perdão depois de identificação da culpa entre nós todos, sabermos a proveniência do fumo e só depois tratarmos de apagar com certeza absoluta o que está a arder, como toda a origem do fogo até ao presente…

Uma paz eterna que desça desta vez dos céus para terra, com ajuda do nosso Pai do Céu.

Filtradas as mentiras, abusos e maus pensamentos, não haverá mais consequências no regresso à casa, valei-nos a Santa Esperança até poisarmos na vitória desejada, vitória da confiança, da liberdade, da solidariedade, do humanismo, da perseverança, da sabedoria, da inteligência positiva, da tolerância afectiva, do respeito ao próximo, do amor pelo amor, da vida pela vida, das vitórias para a paz nacional.

Remarmos no mesmo sentido sem deixar mortes pelo caminho, sem semear mentiras, desumanidades e perseguições entre irmãos inspirados na inveja, ódios e fracos sentimentos. 

Cremos uma vitória que brilhe pela Paz e tolerância como opção intermediária na relação entre as diferenças políticas e culturais dos grupos sociais constituídos no meio, isto é, uma vitória que preserve a identidade pessoal e de grupo, firmados na convicção de coabitarmos com as diferenças sem molestar o menos forte na identificação ao grupo maioritário.

Desta convicção só se torna possível quando determinamos avançar caminhando com o objectivo de PAZ SEM PESO E MEDIDA, MAS, IGUAL PARA TODOS.

Certos do que nos cabe fazer e pondo em acção o nosso livre arbítrio para o bem comum, aqui vos deixo mais uma vez o meu testemunho de intenções que penso vir engrossar este apelo para mudança fraterna e unidade rumo às vitórias no futuro que é HOJE.

Votos de continuação de um bom trabalho e boa sorte a todos, muito especialmente para aqueles que trazem os destinos da Guiné-Bissau na ponta do lápis.

Viva a Guiné-Bissau.

Djarama. Filomeno Pina.

 
* Psicólogo clínico

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