ESPAÇO EDUCAÇÃO: UMA NOVA ABORDAGEM

 

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

03.10.2010

Fernando Casimiro (Didinho)Reconheço que não temos conseguido promover o debate desejado e necessário sobre a Educação na Guiné-Bissau. Não importa o porquê, pois tudo o que apresentássemos como argumento, seria apenas, no intuito de não reconhecermos as nossas carências ou falhas e isso, não faço!

O que realmente importa, depois da constatação da nossa improdutividade relativamente à promoção e sensibilização do debate sobre a Educação na Guiné-Bissau, é a reformulação do nosso espaço, tendo em vista uma estratégia de participação mais activa e que vá de encontro às preocupações, necessidades e expectativas de todos os interessados em matéria de Educação, o que equivale dizer, professores, alunos, pais, encarregados de educação, instituições públicas e privadas, Governo e sociedade em geral.

O espaço deixa de estar centrado num coordenador e passa a estar aberto à participação directa de todos os interessados.

Como escrevi em tempos, a Educação é a base do desenvolvimento, e nós, que queremos a afirmação da Guiné-Bissau, uma afirmação suportada pelo seu desenvolvimento, não podemos descuidar com a planificação e estruturação da Educação.

Creio que todos concordarão comigo que, o facto de o Orçamento Geral do Estado da Guiné-Bissau contemplar mais verbas às Forças Armadas do que à Educação e à Saúde, é por si só, sinal de desprezo pelos ideais de um desenvolvimento devidamente planificado e estruturado.

Não podemos ficar indiferentes quando constatamos que a maioria dos problemas do país reflectem o estado do seu primeiro pilar de desenvolvimento: a Educação.

Nesta primeira abordagem de relançamento do nosso espaço Educação trago à consideração de todos uma questão que não é nova e que tem prejudicado os nossos estudantes bolseiros na Rússia e, consequentemente, a imagem da Guiné-Bissau no mundo.

Importa registar e dar a conhecer os problemas, fazer com que as autoridades nacionais e a sociedade em geral, participem na busca de soluções para esses problemas, pois um bolseiro guineense, onde quer que esteja, está sob responsabilidade do Estado da Guiné-Bissau e o Estado, deve cumprir com as suas responsabilidades!

Sobre as questões levantadas pelos nossos bolseiros na Rússia, provavelmente outros bolseiros, noutros países, têm enfrentado de igual modo os seus problemas. Assim sendo, seria interessante que as diversas Associações de Estudantes guineenses espalhadas pelo mundo passassem a interagir através deste nosso espaço destinado a promover o debate sobre a Educação.

Vamos dinamizar o debate sobre a Educação neste nosso espaço, até porque não há limites, de nenhuma ordem, na abordagem sobre a Educação.

Sejamos participativos, pois a divergência, é apenas uma lógica da diversidade!

Aproveito a oportunidade para sugerir ao Governo da Guiné-Bissau a criação de um site do Ministério da Educação. Faz muita falta!

Debater a Educação implica, como em todos os sectores da vida nacional, dar a cara pelos problemas, ter um nome e assumir a "luta" pela causa a que se propõe lutar. Quero com isto, sensibilizar os pais e encarregados de educação dos nossos estudantes, para a necessidade de apoiarem os seus filhos e educandos nas suas legítimas reivindicações e não, por medo, desencorajá-los.

Nenhuma mudança se consegue sem sacrifícios e para que os problemas crónicos da nossa Educação tenham respostas e soluções positivas, a favor dos nossos estudantes, dos professores e todos quantos estão directamente ligados ao Ministério da Educação e, para bem do próprio país, é imperativo que cada um se manifeste, dando a cara, sem medo, para que, através dessa manifestação de ideias e opiniões se consiga fazer a soma do posicionamento dos interessados em particular, e dos guineenses em geral.

Da Rússia, eis a comunicação que me chegou, depois de terem sido enviadas solicitações, em vão, ao Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, ao Primeiro-ministro, Carlos Gomes Jr., e ao Ministro da Educação, Artur Silva, que em Fevereiro deste ano teve um encontro com os estudantes guineenses na Rússia, no qual prometeu, fazer o máximo de esforço junto do Governo para ajudar a minimizar o sofrimento dos estudantes...

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

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De: Associação dos Estudantes da Guine-Bissau em Ivanova aegb_ivanova@hotmail.com

Para: didinho@sapo.pt

Data: 30 de Setembro de 2010

Assunto: Pedido

Querido Fernando Casimiro (Didinho)!
Aceite os nossos cumprimentos com votos de muita força, saúde, felicidades e coragem nos seus trabalhos em prol da Guiné-Bissau.
Somos a Associação dos estudantes guineenses em Ivanova (Rússia)
Estamos vos escrevendo, solicitando ao senhor que nos ajude a fazer chegar as nossas vozes aos nossos governantes (governo da Guiné-Bissau).

É para dizer que as dificuldades que os estudantes guineenses enfrentam nesta terra são muitas, de maneira que, ha muito que solicitamos aos sucessivos governos que tentem minimizar as nossas dificuldades aqui, mas sem nenhum sinal.

A maior expectativa que tivemos foi aquando da vinda do actual Ministro da Educação Nacional à Rússia em Fevereiro deste ano, onde os representantes dos estudantes tiveram encontro com o senhor Ministro colocando-lhe as nossas preocupacoes e ele prometeu fazer algo, na medida do possível, para minimizar os nossos sofrimentos. Mas, com os acontecimentos do dia 01 de Abril, tudo ficou parado.

Gostaríamos que o senhor tentasse fazer um material se possível abordando a nossa situacão e dos nossos irmãos que concluíram os estudos no ano lectivo 2009/2010 e que estão ainda sem bilhetes de viagem.

Com a mais alta estima e consideração.

A comissão

Carlos Gomes Correia
TM +79611174514

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