A SAÚDE DOS GUINEENSES NA GUINÉ E NA DIÁSPORA

Prof. Joaquim Tavares

Prof. Joaquim Silva Tavares (Djoca)

joaquim.tavares15@gmail.com

04.10.2009

Editorial de Outubro

Antes de mais, as minhas saudações e os meus parabéns ; Saudações e obrigado ao Filipe Sanhá (se me permite tratar-lhe na primeira pessoa) por ter aceite o convite do Didinho, para ser Coordenador do Sector Criança. Para te dizer a verdade, não invejo a tua posição; para os “adultos” guineenses com consciência e com alguma réstia de amor à nossa Terra, não é difícil acordar todos os dias para tentar explicar às nossas crianças o porquê de as nossas escolas estarem num estado deplorável, o porquê da falta de livros, da falta de professores, o porquê dos anos lectivos começarem tarde e acabarem mais cedo... Mas pela qualidade dos artigos com que nos habituou, estou seguro de que o Filipe é o homem certo, o motivador certo para esta tarefa; Parabéns ao Didinho, porque (sempre faço analogias com o futebol) como qualquer treinador de sucesso, não basta conhecer as regras do jogo, tem que se ter “olho” para descobrir talentos. (Veja-se os casos da Filomena, do Lamarana, do Secuna).

Recebo regularmente a Revista da Ordem dos Médicos portugueses; Tenho tido informações relacionadas com conferencias das várias Ordens da CPLP, mas fico sempre desapontado quando não vejo o nome da Ordem dos Médicos da Guiné: não nos convidam? Não temos uma Ordem ou Associação?

Não é demais salientar a importância de uma Associação (Ordem) de Médicos autónoma e que sirva como fórum de suporte aos seus membros, fórum de discussão de assuntos científicos, com conferências anuais, entidade que “fiscaliza” a qualidade dos seus membros (através da confirmação da autenticidade dos diplomas), que assegure ao nosso povo que cooperantes médicos vindos doutras partes do mundo actualmente são o que pretendem (médicos e não charlatões, desculpem o termo); nas minhas andanças, já vi muito e nada me surpreende:  há 11 anos, um estudante de medicina (segundo ano) em Stony Brook (New York), conseguiu falsificar um diploma, entrando na Tanzânia como médico cooperante (só Deus sabe o tipo de estragos que fez; felizmente foi “apanhado”).

Uma Ordem ou Associação que em reuniões médicas internacionais pode enviar uma delegação para relatar as suas experiências, discutir casos clínicos, aprender e ensinar;

Uma Ordem ou Associação que tenha uma sede onde os seus membros possam conviver e trocar experiencias….

Falando de talentos: Muitos anos atrás, quando ainda tinha tempo para ler romances, adorava ler Eça de Queiroz (as pupilas do Sr. reitor entre outras), Antero de Quental, Almeida Garrett;

 Ultimamente, tenho viajado no tempo e tenho estado a ler as “peças” do Flaviano (se me permite tratar-lhe na primeira pessoa) no Nô djunta mon: este homem tem talento, tem a capacidade de nos levar aos sítios, lugares dos acontecimentos. Grandes peças!!! And, como dizem aqui na América,  “It’s all free” (tudo de graça); Só no Contributo!

Sobre o H1N1 (swine flu-gripe porcina):

Muitas enfermeiras e outros profissionais de saúde estão apavorados porque os hospitais estão a recomendar a vacina para todos os trabalhadores de saúde, para evitar a propagação do Swine Flu; as razões do pavor são legítimas:

Uma nova vacina: quem garante que daqui a 5, 10 anos não nos vão dizer que a vacina causou abortos, doenças neurológicas, mortes, etc. (houve casos no passado de Guillain-Barre, meningites, etc., causados por vacinas)?

Mas, o mesmo medo continua presente com a vacina contra o gripe “regular”, esteve presente nos anos 40, 50 com a vacina contra a poliomielite, etc.

O meu conselho: Quando não há contra-indicações, deve-se tomar a vacina, porque pode evitar a propagação da doença (efeitos acessórios não se podem evitar, mesmo com água natural…) mas pode-se viver com menos de 1% de efeitos nocivos  do que mais de 50% de infecção com H1N1.

Da minha parte: todos os anos, eu e a minha família tomamos a vacina da gripe e este ano vamos tomar a vacina do H1N1.

1- Adulto: injecção no deltóide (0.5ml)-dose única

2- Criança (6 meses a 35 meses): injecção de 0.25ml  intramuscular (2 doses separadas por 4 semanas)

3- Crianças (3 a 9 anos): 0.5ml intramuscular (2 doses separadas por 4 semanas)

Há a forma nasal, que pode ser administrada a pessoas entre os 10 e os 49 anos de idade:

0.1ml cada narina (uma  dose única).

Efeitos nocivos (forma injectável):

1- dor, edema no sítio da injecção.

2- dores de cabeça

3- dores musculares.

Contra-indicação (forma injectável):

Alergia a ovos, proteínas de frangos, neonycina ou polymixina

Se uma pessoa teve Guillain Barre com a vacina contra a gripe regular.

Pessoas com problemas de imunidade deprimida (HIV, etc) devem consultar com o médico antes de tomar a vacina

Grávidas e parturientes: esta vacina pertence à classe C (usar com muita precaução se os benefícios são mais que riscos; nenhum estudo em animais ou humanos.

 

Efeitos nocivos (forma nasal)

1- Rinitis

2- congestão nasal

3- febre

4- odinofagia

 

Contra-indicação (forma nasal)

O mesmo que a forma injectável; mais: crianças ou adolescentes a tomarem aspirina ou produtos que contêm aspirina podem desenvolver o syndrome de Rye.

Para terminar, temos dois “mini casos clínicos” este menos : um mais para descrever testes diagnósticos de morte cerebral (brain death) e outro caso  mais para “exercitar a mente e rever um electrocardiograma.

Obrigado.


 

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