A SAÚDE DOS GUINEENSES NA GUINÉ E NA DIÁSPORA

Prof. Joaquim Tavares

Prof. Joaquim Silva Tavares (Djoca)

joaquim.tavares15@gmail.com

02.01.2009

Editorial de Dezembro

Rufino José Mendes

Rufino José Mendes

 

Editorial de Dezembro 

Antes de mais, desejo a todos os colaboradores e leitores do Contributo e a todos os Guineenses em geral, Votos de Boas Festas, Feliz Ano Novo e sucessos nos seus projectos pessoais.

O ano que passou foi difícil para todos, com a crise económica mundial que se estendeu aos campos da Saúde e da Educação; quando há problemas com as finanças, estas duas gémeas são sempre as primeiras a sofrer.

No campo profissional, foi um excelente ano para mim, com nomeações para o cargo de Director em duas áreas distintas tais como: os Serviços de Colheita de Órgãos para Transplante e, uma Unidade de Cuidados Intensivos.

Em 2009, penso voar mais alto, porque, como nunca me cansarei de repetir para os guineenses, sejam Homens ou Mulheres, “The sky is the limit”…. Uma frase que mais me revolta aquando das minhas viagens à Guine e Portugal, é ouvir colegas dizerem: ”já sou velho, agora é altura de descansar, colher os frutos; já dei o que tinha a dar”!!!  Um Homem ou uma Mulher está no seu ponto máximo quando chega  a uma intersecção onde a curiosidade intelectual e a experiência estão nos seus máximos e esse ponto só se consegue depois dos 55 anos, começando a declinar (com certas excepções) depois dos 75 anos.

O meu conselho para todos os colegas ou mais novos: à medida que envelhecemos, devemos tentar manter a mesma (ou mais) curiosidade intelectual que tínhamos quando estávamos na casa dos 20 anos; se fizerem isso, ficarão surpreendidos com as vossas capacidades…

No campo familiar, foi um ano difícil: ainda me lembro das palavras do Augusto Cassius durante o funeral da minha mãe em Setembro de 2007: só vais sentir o impacto da morte dela daqui a 6-12 meses; quão proféticas foram essas palavras; neste aspecto, foi um ano difícil para mim: Os nossos pais/mães ensinaram-nos o caminho do bem, ensinaram-nos a voar mais alto do que eles/elas voaram, ensinaram-nos a ser honestos e nesse processo tornaram-se nos nossos melhores amigos e conselheiros; quando se vão, uma parte de nós também se vai e só esperamos poder seguir os seus ensinamentos e conselhos e evitar o trilho da cobiça, da maldade, do desprezar a vida dos nossos semelhantes… Enfim, continuar a Seguir o caminho do Bem.

Penso que a melhor forma de mostrar o meu amor e honrar a memória dos meus pais é continuar a voar cada vez mais alto e, ao mesmo tempo, evitar o caminho do Mal.

Outro ponto que queria abordar: Há já algum tempo, o Didinho lançou um desafio: tentar criar uma conta bancária em que cada um de nós podia contribuir para comprar materiais escolares para as nossas crianças; penso que não devemos deixar esta ideia morrer; o próximo ano lectivo será dentro de 9 meses, e ainda estamos a tempo; desde já, faço o meu juramento de contribuir para esta causa; Devemos muito à Guiné, e qualquer contribuição, não importa quão pequena, pode ajudar.

Um grande choque para mim, foi no dia do Natal, tomar conhecimento da morte do Rufino Mendes; desde já, as minhas sentidas condolências à família do Rufino; Honra e Glória à sua alma; sem tentar ofender ou perturbar a família e a memória do Rufino, estou a tentar recolher dados pessoais dele, assim como memórias fotográficas, para em breve tentarmos fazer uma homenagem a este “histórico” da sociedade Guineense, que era um ídolo para muitos de nós.

A confirmar-se o que me disseram que foi a causa da morte, falarei de Paludismo cerebral (não, não é um mito, o Paludismo cerebral existe e a mortalidade é muito alta quando não se trata).

Como Guineense, agradeço, do fundo do coração, aos colaboradores do Contributo pelos artigos de “prevenção”, muito oportunos e que possivelmente abortaram um potencial conflito político-militar na nossa Terra; Encenação ou não, o facto de se falar dessa possibilidade, certamente conseguiu alertar o Mundo para essa possibilidade; só tenho pena que o Contributo não tivesse nascido antes de 1998: talvez o hospital de psiquiatria ainda estivesse a funcionar e não bombardeado por forças “estrangeiras”; talvez nós na diáspora não tivéssemos de passar noites em branco a pensar no paradeiro dos nossos familiares (a andarem quilómetros para escapar às balas e às carnificinas) …

Muito Obrigado! Vocês são os meus Heróis e espero continuar a aprender com os diversos artigos do Contributo. Há dois meses, a minha mulher recebeu um telefonema da África do Sul; era uma das suas colegas de infância, que agora está a trabalhar na Embaixada dos Estados Unidos na África do Sul: queria saber como podia ler o Contributo “em Inglês”... Bom trabalho Didinho; a Guiné e os guineenses estão em dívida contigo.

Mais uma vez, o Ano de 2009 vai ser um Ano Bom para a Guine…………não só para certos guineenses, mas para todos os Guineenses. Devemos fazer da Saúde e da Educação os pontos de partida da Renascença Guineense.


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