DISCURSO SESSÃO SOLENE ANE - REGIONAL 2006

 

Mamadu Lamarana Bari

Prof. Dr. Mamadu Lamarana Bari

“Excelentíssimos Acadêmicos, Membros Titulares da Academia Brasileira de Ciências Econômicas, Políticas e Sociais, Academia Nacional de Economia -ANE...”.

Ilustríssimos Senhores Representantes das mais altas Instituições do Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidades

Autoridades, Convidados

Senhoras e Senhores,

 

Com honra e satisfação dirijo-me a esta plêiade de notáveis homens do saber - Acadêmicos, Reitores, Professores e Alunos - para agradecer vossa presença e afirmar que mais um capítulo se abre na história da Fundação Visconde  de Cairu no  momento que se instala a sede regional da  Academia Nacional de Economia.

Ao mesmo tempo, reafirmo a honra e satisfação em agradecer, ao Conselho Supremo da ANE na pessoa do seu Presidente Dr. Antonio Carlos Caldas e, extensivamente, a todos os que fazem parte da diretoria desta Magna Congregação, pela distinção de agraciar a FVC com a instalação da sede regional da ANE.  

A FVC há mais de um século, vem fazendo a sua própria história no campo do ensino e da extensão, dedicando-se à construção do saber e da sua divulgação à sociedade. Com a instalação da sede Regional da ANE, cresce esta centenária instituição na busca do mais alto refino intelectual pela produção e socialização de altos estudos científicos nos seus diversos seguimentos.

 

Ilustres Colegas Acadêmicos e Convidados, senhoras e  senhores,  

A finalidade deste ato solene em Salvador e na Fundação Visconde de Cairu é, entre o princípio mais expoente do conhecimento, contribuir para reforçar o estímulo ao desenvolvimento da pesquisa e da extensão em qualquer domínio do saber, o qual hoje se pode dizer que se inscreve na vanguarda das reflexões sobre temas relevantes do cenário sócio-econômico da atual conjuntura do país.

A FVC, desde a sua criação, mantém-se na vanguarda do ensino e da extensão universitária. Assim, a ANE e a FVC se constituem em duas instituições cujo acervo de serviços prestados à ciência e ao nosso país cabe, uma vez mais, realçar nesta solenidade. A FVC com 101 anos dedicados à educação e a capacitação profissional e a ANE com 62 anos de profícua existência, consagrados à expansão de atividades acadêmicas.

A academia é o ato de convivência em busca do saber a partir de aprimoramento de suas experiências.

A Academia derivou-se originalmente de Academus, nome do herói ateniense da guerra de Tróia (séc. XII a.c.). Academus era dono da casa onde se instalou a escola fundada por Platão no ano de 387  a.c., em local próximo a Atenas. Essa escola era dedicada às musas e nela professava-se um ensino informal que era constituído de lições  e de diálogos entre mestres e os discípulos. O objetivo era reunir contribuições de diversos campos do saber como a filosofia, a matemática, a música, a astronomia e a legislação. Isso prova que já naquela época, Platão inaugurava o perfil de Academia no sentido de que congregar saber deveria passar pelas contribuições de diversas áreas do conhecimento. Isso, nos dias atuais,  chamamos de Interdisciplinaridade. 

A obra criada por Platão foi dada  continuidade pelos seus discípulos, trabalho que veio a se constituir num dos marcos importantes do saber ocidental que dera origem a todas as  academias e universidades.

Assim podemos referir às diversas Academias que se estabeleceram na Europa e nas Américas:

Ø  A Academia Platônica, fundada em Florença, por volta de 1440, era considerada a mais famosa academia da Renascença italiana;

Ø A Academia Francesa, fundada em 1635 por iniciativa do Cardeal Richelieu, no reinado do Luis XIII;

Ø A Real Academia Espanhola, fundada em 1713 por iniciativa de Juan Manuel Fernandez Pacheco, no reinado do Felipe V;

Ø A Academia Real das Ciências de Lisboa, fundada em 1779 , no reinado de D. Maria I, em pleno Iluminismo;

Ø  A Academia Brasileira de Letras, fundada em 1892 por Araripe Junior e Raul Pompéia. Ela teve como seu primeiro Presidente Machado de Assis, proficiente escritor e mestre das ciências contábeis;

Ø  A Academia Brasileira de Ciências, fundada em 1916, tendo como seu primeiro Presidente Henrique Charles Marize e;

Ø  A Academia Brasileira de Ciências Econômicas e Administrativa, fundada em 1944, a qual em 1992 altera a sua razão social para Academia Brasileira de Ciências Econômicas, Políticas e Sociais. A ANE teve como seu primeiro Presidente o Prof. Dr. Reynaldo de Souza Gonçalves, Catedrático da Faculdade Nacional de Ciências Econômicas da Universidade do Brasil.  

Ilustres convidados, senhoras e senhores, a ANE ao comemorar 62 anos de existências, ciente da sua maturidade e relevante sabedoria alcançada com experiências acumuladas decide na Assembléia Geral Ordinária, estender a sua contribuição para vários jardins das regiões administrativas do País, criando as sedes regionais. É neste contexto que hoje estamos aqui, neste momento, testemunhando a implantação da sede da 4ª Região da ANE – Bahia e Espírito Santo. Esta iniciativa primeira na Bahia se completará com a instalação de sala destinada ao Tribunal Arbitral, marco de excelência no setor social, e de Vídeo conferência nas dependências da Cairu.

Desta forma saúdo particularmente os imortais acadêmicos que aqui estão  representando a Academia Brasileira de Ciências Econômicas, Políticas e Sociais, figuras ilustres no cenário sócio-político e econômico brasileiro que se juntam a esta plêiade de ilustres convidados e talentos desta insigne casa, sempre ao serviço do saber e pela causa social, trazendo as experiências de suas realizações intelectuais e profissionais para prestigiar e somar a esta nossa tão querida Fundação Visconde de Cairu - FVC, criada há 101 anos.

Senhor Presidente e demais membros que compõem a mesa, senhores acadêmicos, minhas senhoras e meus senhores

Como sublinhei neste discurso, a Academia significa convivência das mais variadas experiências – da vida acadêmica à vida social e econômica de uma comunidade. Por isso ela tem a autoridade de ser e preservar num “local de memória” a função e o papel da ciência na vida nacional, como sublinha o Acadêmico Celso Lafer.

Segundo este imortal “o congregar para o conhecer passa necessariamente pelo convívio acadêmico - e que uma das notáveis características da Academia é a acepção ampla da convivência por ser uma instituição de conteúdo”.

Nesse sentido testemunho que a nossa Academia congrega membros titulares provenientes de diversas áreas do saber: economia, contabilidade, ciências políticas, direito, jornalismo e ciências sociais. Isso faz da ANE uma congregação de notáveis talentos do saber que encerra em si não apenas a visão da interdisciplinaridade, mas também a visão da universalidade por manter entre seus confrades personalidades estrangeiras na condição de membros correspondentes, o que assinala desta forma a dimensão da universalidade do conhecimento. É neste contexto, que devemos entender a afirmação do então membro titular e Presidente da ANE, ora imortalizado, Prof. Dr. Alberto Almada Rodrigues, que ao parafrasear Clemenceau, dizia que a economia era assunto tão importante que não podia ser tratado apenas pelos economistas. Como podem constatar, já naquela época (1992), o Prof. Almada não apenas disseminava no seio da ANE a idéia da interdisciplinaridade, mas também da universalidade do conhecimento.

Aos Colegas Acadêmicos e Membros das Diretorias Regionais, aqui presentes, a partir deste momento que se instala a ANE-Regional da Bahia e Espírito Santo na FVC, não apenas a diretoria deste órgão se compromete solenemente em cultivar e difundir o conhecimento, mas também toda a comunidade acadêmica desta Instituição deve selar o seu compromisso com a sociedade cientifica para o bem servir à causa econômico-social. Neste sentido, o nosso objetivo deverá estar voltado para o uso do conhecimento exclusivamente em beneficio do ser humano, promovendo o desenvolvimento sustentável, assegurando às gerações futuras melhores condições de vida e contribuindo para diminuir as desigualdades. Enfim, trabalhar em prol da promoção de pesquisa para o desenvolvimento do saber e do bem-estar social. O nosso grande desafio é defender a excelência e o mérito como critérios prevalecentes no julgamento das questões científicas e acadêmicas. Portanto, é praticando o bom trabalho a serviço da Ciência e salvaguardando a ética que manteremos a credibilidade indispensável para o exercício da nossa função como cientistas sociais.

A Comunidade de Acadêmicos imortais da ANE e a comunidade acadêmica da Cairu, conscientes da tarefa que temos pela frente, não nos faltará ânimo e esperança para levar esta nossa missão adiante porque além dela ser nobre e edificante, a nossa alma é grande e pura e os nossos ideais além de serem nobres, cientificamente não têm fronteiras, por isso desfraldamos aqui e agora a bandeira do compromisso a exemplo do que já vem sendo feito em outros espaços geográficos, ajudar expandir a base para o desenvolvimento do saber nas diferentes regiões do país..., seja na implementação de programas de treinamentos e capacitações para profissionais das áreas afetas a nossa academia ou a qualquer outra..., seja para incentivar a formação de grupos de pesquisas qualificadas em parcerias com as Instituições do Ensino Superior, contribuindo assim para que no amanhã possamos compartilhar com aquele sentimento pátrio do poeta Fernando Pessoa que no final do seu poema o Mar Salgado perguntou, “... valeu a pena?” E ele mesmo respondeu, “... tudo vale a pena se a alma não é pequena”

Muito obrigado pela atenção que me dispensaram.

 

Que Deus abençoe a Academia Nacional de Economia, seus Acadêmicos, os ilustres convidados e a FVC e seus integrantes.

 

Wassalamu

 

Cidade do Salvador, aos 06 de Outubro de 2006

 

Acadêmico Mamadu Lamarana Bari

Titular da Cátedra no. 335

 

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