DAS MINHAS VERDADES  ÀS VERDADES DA HUMANIDADE

 

 

 

Flaviano Mindela dos Santos

 

flavianomindela@hotmail.com

 

01.09.2010

 

Antes de mais, na posição do leitor de todos os dias, aproveito para dirigir os meus agradecimentos ao compatriota Gustavo Gomes, pelas suas requintadas contribuições, que vieram sem quaisquer dúvidas, acrescentar mais qualidades ao espaço. Foi mesmo um dos mais favoráveis acontecimentos nos últimos meses, nessa convivência virtual, entre os guineenses espalhados pelo mundo.

Quando disse que sou um homem relativamente livre, a viver numa sociedade relativamente livre, foi também para deixar claro que sou parcial. Imparcialidade para mim, não passa de uma fantasia ocasional, que ninguém sabe sequer, como usar, mas que todos gostam de ostentar em público.

Como um bípede sociável, vivo na busca da melhor satisfação conjugada, dos meus interesses individuais, familiares e nacionais, que de modo similar, encontram limites naturais e legais, nas suas relações com os outros interesses. Por tudo isso, perante a dureza da vida, não tenho que vacilar, na preferência do medíocre no lugar do mau, desejando e contribuindo para a devida ascensão do melhor; perante a dureza da vida, não tenho que vacilar, na preferência do excelente no lugar do bom, desejando e contribuindo para a devida ascensão do melhor.

Os que acompanham as minhas raras intervenções, também na secção dos comentários, sabem que em algum momento, já fiz saber aqui neste espaço que, sendo um defensor do primado da verdade, também tenho para mim, que as verdades de hoje, para nunca passarem às mentiras de amanhã, devem submeter àquela verdade de todas as verdades, que é o reconhecimento de uma genuína hierarquia das verdades.

É uma verdade a verdade do passado, mas é mais verdade a verdade do presente.

É uma verdade a verdade individual, mas é mais verdade uma verdade colectiva.

É uma verdade a verdade de um povo, mas é mais verdade a verdade de uma nação.     

Para mim, como para muitos estudiosos, o factor que determina, mais do que todos os outros que constituem a soma do resto, o desenvolvimento sustentado de qualquer sociedade, nos moldes padronizados pelas vincadas influências ocidentais, no passado, através da expansão colonial repressiva, e agora, através da difusão global democratizada, é o homem bem instruído. Admitindo obviamente, que esse factor não será o único, e nem deve continuar a servir de eternas desculpas, para os nossos males, importa salientar que:

Na sociedade cabo-verdiana dos tempos coloniais, as autoridades procuraram sempre, a melhor maneira de providenciar uma instrução condigna, à mais colonizados possíveis.

Na sociedade guineense dos tempos coloniais, as autoridades procuraram sempre, a melhor maneira de recusar uma instrução condigna, à mais assimilados possíveis.

Na sociedade cabo-verdiana dos nossos tempos, as oportunidades carregadas pelas ondas da globalização, facilitam a valorização dos homens bem instruídos.

Na sociedade guineense dos nossos tempos, as oportunidades carregadas pelas ondas da globalização, facilitam a corrupção dos homens bem instruídos.

Só para adicionar mais esses dois simples dados históricos, quiçá sem relevância prática, no decurso acelerado dessa quarta grande revolução social, em que tudo deverá primeiro acontecer dentro de nós, para depois aparecerem os resultados desejáveis, e que eu prefiro portanto chamar de uma Revolução Silenciosa.

O ensino secundário foi estabelecido oficialmente na sociedade cabo-verdiana, no ano de 1861, com a inauguração do Liceu Gil Eanes, na Cidade da Praia.

O ensino secundário foi estabelecido oficialmente na sociedade guineense, no ano de 1958, com a inauguração do Liceu Honório Barreto, na Cidade de Bissau.

Quis situar a minha preocupação sobre as atitudes em concreto, das nossas rádios, no texto anterior, estabelecendo somente um paralelo, sem nunca querer confundir isso, com as críticas legítimas, embora no recurso desproporcional de uma linguagem por vezes violenta, que temos usado aqui neste espaço. Tanto assim que, no conhecimento de que do outro lado, devo contar com milhões de leitores, cada um, com as suas ferramentas diferentes, e que as utilizam de maneiras diferentes, optei por uma caixa, para balizar a abordagem dessa autêntica afronta às pessoas e ao nome das famílias. No entanto, foi com grande surpresa, que constatei o facto de que justo o Gustavo Gomes, não conseguiu apalpar essa blindagem.

O que vai acontecendo com essas denúncias nas nossas rádios, não tem muito haver com as merecidas críticas aos criminosos, e nem tão-pouco, com um exercício correcto de justiça, mas sim, vão valendo como motivação à vulgarização da violência, através das mentiras improváveis, através das calúnias invejosas, assim como através das acusações injustas!

Quando alguém recorre aos serviços duma determinada rádio, para alegar que outrem o deve uma certa quantia em dinheiro, cuja parte até usou na compra de uma viatura, que ofereceu a respectiva esposa, os responsáveis dessa rádio, pelo menos, antes de autorizarem a difusão dessa versão dos factos, devem procurar uma confirmação credível. Agora veicular de prontidão uma notícia difamatória, sem que isso seja baseada numa sentença judicial, é evidentemente uma agressão à integridade moral do denunciado, e injusto para com todos os seus familiares.

O fundamento da justiça, apesar de ser um dos mais fundamentais valores humanos, portanto, caracterizado pela sua relativa cegueira, é procurar e encontrar um ponto de equilíbrio, na resolução dos incessantes conflitos de interesses nas sociedades. Não é nunca, impor prejuízos absolutos aos culpados, e promover benefícios absolutos aos lesados. E isso meus caros, porque é de todo impossível, umas supostas instituições judiciárias operarem em pleno, ao nível de poderem reparar os danos morais, duma calúnia, para mais, divulgada em massa. O razoável, é implementar medidas preventivas, para travar essas práticas maldosas, poupando assim no esbanjamento dos recursos, e na prevenção da medonha violência física.

Como é de primeira página nas cartilhas do Direito, nenhuma justiça nesse mundo, conseguirá consertar o âmago dos prejuízos morais, que sempre acompanham, qualquer tipo de agressão.

Para o amplo funcionamento de todas as instituições democráticas, na nossa sociedade democratizada, é um imperativo, começarmos por saber distinguir as verdades matemáticas, essas sim, cuja os alicerces assentam na douta lógica do facto, das verdades sociais, essas não, cuja os alicerces assentam na sagrada valia da equidade!

Para acabar, Caro Compatriota Gustavo Gomes, sendo eu um dos “velhos combatentes” nesse famigerado campo de batalha virtual, não tenho nada e nada mesmo a dizer, sobre a última parcela, desse seu artigo de críticas bastante bem encaixadas.

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