Foi Fanon Larkin pessimista com razão ou, simplesmente, racionalista?

 

 

 

 

Autor: Flaviano Mindela

 

 

Nov. 2004

 

 

 

Não me surpreendeu em nada, o facto de Norte e Sul optarem por realinhar no inevitável relacionamento que estão condenados a assumir e melhorar, através de um suposto novo compromisso que se chamou: Nova parceria para o desenvolvimento de África.

Tudo foi pensado para que, desta vez, as ideias passassem a  concretizar-se em acções, com vantagens para ambos os povos. Pelo que a minha experiência já me ensinou, esperarei para ver.

Com a vossa licença, vou narrar uma ficção histórico-contemporânea, se assim se pode dizer.

 

  Há muitos milhões de anos, a natureza, num exercício necessariamente complexo e infinito, criou diferentes povos e para lhes garantir uma sobrevivência evolutiva, lhes deixou as águas e os habilitou com as mais básicas técnicas para lidarem com as respectivas águas, recomendando uma genuína colaboração entre eles.

Numa dada altura, um desses povos, carregado de uma apetência para dominar tudo e todos, resolve então satisfazer essa dispensável necessidade da alma.

Expandiu-se e, durante séculos, destruiu, massacrou e tentou com algum resultado, exterminar grupos de indivíduos dos povos por dominar. Pela força, foi procurando apropriar-se de todas as águas, com o propósito de passar a ser o único com prioridade para pescar melhores peixes e beber das águas mais límpidas. Aos povos por dominar, foi fazendo uma espécie de doação dos peixes podres e águas sujas para se alimentarem e assim poderem manter alguma substância de domínio.

Os anos foram passando e as gerações também, com uma grande ilusão de que tudo deveria permanecer assim para sempre.

Para surpresa das hipocrisias estabelecidas, com o consumo de tantos peixes podres e de águas sujas, acabou por aparecer uma doença altamente contagiosa, que infelizmente afectou de forma grave alguns dos indivíduos dos povos por dominar, com um problema adicional: a sua grande capacidade para infectar e matar, muitas das vezes com dimensões imprevisíveis, os indivíduos dos povos pseudo-dominadores.

 

Foi assim que, numa das suas maiores manifestações, a tal doença tomou a forma de quatros aviões, pertencentes ao grupo mais forte dos indivíduos dos povos pseudo-dominadores, e  em território destes, num instante aos olhos de todos, ceifou muitas vidas de maneira muito violenta e espectacular. Como é evidente, o facto chocou tantas sensibilidades, e provocou a mobilização de diferentes vontades. Com isso, novos ventos começaram a soprar, para que de forma intensiva, se passasse a transmitir, aos indivíduos dos povos por dominar, as mais avançadas técnicas de pesca e captação das águas, julgando-se assim, conseguir proporcionar uma vivência saudável para todos.

 

De volta à realidade, quero afirmar que acredito na grandeza da alma, por isso ninguém pode me convencer que, uma criança fechada num apartamento luxuoso, com computador ligado à internet, televisão por cabo, aparelho hi-fi, vídeo dvd, play station, porque os pais resolveram passar o fim de semana, numa ilha paradisíaca, seja mais feliz do que uma outra, numa aldeia qualquer, passando o tempo a correr atrás das galinhas, enquanto os pais descascam arroz.

 

A minha religião só tem quatro mandamentos:

- Ser

- Conhecer

- Compreender

- Partilhar

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