CASOS CLÍNICOS RELACIONADOS COM A DROGA E A GRIPE

 

 

Prof. Joaquim Tavares

J.TAVARES, MD, FCCP, FAASM

joaquim.tavares15@gmail.com

08.11.2008

Casos clínicos RELACIONADOS COM A DROGA E A GRIPE

 

 

NÃO À DROGA!

Quanto mais casos se me deparam no meu novo cargo, mais razão dou ao Site Contributo na sua cruzada de denunciar a indiferença de dirigentes de alto nível perante a propagação do vício da droga na Guiné.

Vou sumarizar dois casos que tivemos este mês:

 

A- Uma jovem de 27 anos “ esqueceu-se” de pagar  uma dívida relacionada com o tráfico de cocaína; como resultado, recebeu uma bala na cabeça; foi declarada como tendo tido “brain death”- morte cerebral e tiveram que contactar um dos nossos técnicos para avaliação sobre uma possível colheita de órgãos para transplante. Nas figures da TAC, podem ver o ponto de entrada (esquerda), a trajectória e o ponto de saida do projéctil.

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Depois da avaliação de qualquer paciente declarado como tendo tido morte cerebral “brain death”, começa a luta contra-relógio para salvar os órgãos para possível transplante: os órgãos que estão nos lados opostos são os pulmões e os rins: os rins precisam de muitos fluidos, mas para os pulmões, quanto menos fluidos, melhor (sempre um balanço delicado).

B- Um individuo de 35 anos, viciado em cocaína, depois de uma overdose, caiu no chão e perdeu os sentidos; nos serviços de trauma, a TAC mostrou hemorragia subaracnoideia, hematoma subdural e hemorragia de parenchyma.

Foi declarado ”brain death” e depois da avaliação, conseguiu-se salvar o fígado e os rins para transplante em utentes na lista de espera. Ver fotografias abaixo.

 

 

 

SIM À IMUNIZAÇÃO CONTRA A GRIPE

 

Por superstição, por convicção, algumas pessoas não gostam de receber a imunização contra a gripe (flu shot ou influenza vaccine); estas duas semanas, tivemos 3 casos de pessoas não imunizadas, que acabaram hospitalizadas e entubadas por infecções causadas pela gripe e complicadas por pneumonia a pneumococos e a estafilococos.

Uma mãe de 35 anos (dois filhos e uma filha), começou a queixar-se com tosse, dores musculares e calafrios numa quinta-feira; na sexta feira foi ao quiropráctico que lhe fez umas manipulações articulares e ela “sentiu-se melhor”.

No sábado, começou com dispneia e tosse produtiva; foi levada aos serviços de emergência e admitida na unidade de cuidados intensivos; às três da manhã, tive que a entubar; apesar dos antibióticos, ela desenvolveu um empiema e teve que ser levada para a sala de operações para evacuação (decortications) do empiema; 10 dias depois, teve alta e tive a oportunidade de conhecer os seus maravilhosos filhos (9, 7 e 5 anos de idade); ver radiografias antes e imediatamente após a evacuação do empiema.

 

 

 

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