CARTEL DE BISSAU II

 

 

Por: Djiudigalinha

18.04.2007

Em tempos escrevi que a Guiné-Bissau tinha-se transformado num "Narco-Estado". Também apontei, os lugares de conexão, Cufar incluído, as causas desse tráfico e as personalidades que lhe estão ligadas. Muitos meus concidadãos tocaram na mesma tecla e nos mesmos factores.

Quando escrevi o primeiro artigo, fi-lo com conhecimento de causa, porque estou em Bissau, onde tudo se vê, porque também, nada se esconde, ciente estes Senhores da Droga que a impunidade e cumplicidade das autoridades e altas figuras do Estado é regra vigente.

A recente apreensão de quase 700 quilos de droga (cocaína) no cruzamento estratégico de Djugudul, vem dar razão aos factos e argumentos então avançados na primeira versão deste artigo. Mais ainda, vem demonstrar, a PONTA DO ICEBERG DO ROSTO DO NARCOTRÁFICO: Foi apreendido com o referido carregamento, um OFICIAL MILITAR, Rui Na Flak, figura proeminente do circulo de confiança do CEMGFA e um dos "rambos" de execução do 6 de Outubro 2004.

Trata-se ainda de peixe miúdo do Cartel. Dos peixes miúdos, alguns, caso do "Zé Preto" comparsa inseparável do detido, furtou-se à sua eminente detenção e deu "à sola" procurando refúgio numa Barraca de Fanado... algures em "Tchom di Balanta"... alias uma estratégia sempre utilizada pelos "jovens bravos balantas", que quando cometem atrocidades ou algum crime, para se furtar à justiça..., ou refugiam-se no Estado Maior ou numa qualquer Barraca de Fanado, enfim, é o novo estilo de "asilo da impunidade" que se criou na Guiné-Bissau.

Hoje um militar qualquer da Marinha de Guerra Nacional, dos Para-Comandos ou do staff do Estado Maior, tem a vida orientada graças ao seu envolvimento no tráfico de droga. Têm carros, exibem luxos, presenteiam as suas mulheres com jóias, viagens e até carros top de gama... os mais indiscretos ficam pelos Mercedes 190 em serviço de Táxi para assegurar a "pedra de fugom" enquanto vão gastando as "diárias" das "lingadas" em bebedeiras e putéfia.

Rui Na Flak, é apenas a ponta do icebergue do rosto visível do narcotráfico.

Uma pontinha apenas, pois faltam outros, muitos outros. Gente graúda com responsabilidades ao mais alto nível no pais. Uma variedade de marginais de toda a espécie, incluindo, gente de colarinho branco, negócios emergentes, "bruta ruca", uma corjada de amantes e amizades com a esfera do poder e as chefias militares.

No fundo do icebergue, encontra-se um rosto, um rosto de trapaça, um rosto que chama a morte, um rosto de desgraça, um rosto que invariavelmente traz à Guiné-Bissau os piores malefícios e o piores cenários.

Para chegar ao rosto que encarna o mal que assola a Guiné-Bissau, basta recuar ao tempo que coincidiu com a institucionalização do tráfico de droga como um negócio de Estado na Guiné-Bissau...Esse tempo, tem uma referência:

O regresso do General Presidente à Guiné-Bissau.

Com o General ressuscitaram todos os males... e tudo o resto vem como uma normalidade na sociedade Guineense, até nomear um marginal e principal senhor da droga na Guiné-Bissau ao cargo de Ministro do Interior, o famigerado Baciro Dabo.

Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és. O General é um meliante dos quatro costados.

Issabary Guiné.

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