Botcha CANDÉ IN ESCADA OU ELEVADOR...

 

 

Gaio Martins Batista Gomes

gaiombgomes@gmail.com

12.07.2014

Gaio Martins Batista GomesMantenhas de paz, para recepção em paz da minha opinião. 

No maior vulcão partidário da Guiné-Bissau, com a separação das partículas de interesses que regem qualquer formação partidária sob a atenção de toda a população, deu-se a maior erupção vulcânica… BUUUUUMM;
“ Botcha Candé, Ministro da Administração Interna”

A lava expandia-se rapidamente por todo o território nacional, a poeira e os gases chegavam a outros estados através do facebook e outras ferramentas da internet.
Daí que as paginas que tinham criticas pré-fabricadas a Domingos Simões Pereira exponham as suas letras em NEGRITO, para toda agente ver o que já haviam anunciado ( sem factos, mas só para nos confundir), a tónica era tecnocracia, tecnocracia, tecnocracia…

Mas como esta previsto, os efeitos dos vulcões em zonas hot spots (pontos quentes, como o estado político da guiné ultimamente), a lava arrefeceu e tornou as criticas férteis, espalhando uma opinião de responsabilidade e tendo em conta fatores antecedentes que resultaram nesta escolha.

Neste meu cantinho de PAZ e num ambiente completamente frio, vou me desabrochar na minha primeira metáfora “Botcha cande in escada ou elevador…”

Como todos sabemos o elevador comum é um aparelho que nos ajuda a subir ou a descer sem que tenhamos que fazer algum esforço. Ao contrario da escada para subir ou para descer depende do nosso esforço.
Sem querer promover o analfabetismo ou falta de formação técnica e tendo em conta o fraco trabalho de jornalismo de investigação que ainda é feito na Guiné, (que me faz não ter toda a informação sobre o percurso de figuras publicas guineense), eu vou expor a minha opinião tendo em conta os meus conhecimentos.

A analise que se vai fazer é de como Botcha Candé se tornou importante sem “escola”?

A resposta é muito simple, ele fez o seu marketing pessoal (mesmo que tenha sido de uma forma empírica).
E o resultado foi clara por parte do PAIGC , pois nenhum presidente, em nenhum partido consciente se arriscaria a abdicar de uma pessoa que representa milhares de votos. 
Botcha Candé representa hoje uma quantidade, um numero, numa sociedade em que a popularidade se sobrepõem á intelectualidade.

Ao contrario de muitos jovens que hoje o criticam, outros que reclamam que tem mais requisitos para responder as funções de ministro de interior do que o atual nomeado.
Mas se esquecem que o PAIGC é um partido com objetivos para ser chamado a governar e Domingos Simões Pereira sabe muito bem disso e tendo em conta que pretende organizar eleições autárquicas sabe que não poderá arriscar que a “máquina da zona Leste” seja o seu adversário.

E quem é o culpado?

Sem qualquer reserva e respeitando outros pontos de vista que convido a debate produtivo, eu digo que é a juventude.

Pois se não vejamos, quantos jovens do partido que nas suas ruas mal falam com os jovens, passam de carro com sorriso “trancado”. 

Enquanto que outros na zona leste andam de porta em porta e por onde passam saúdam (cumprimentam ) tudo e todos, perdem tempo para “djumbair” com as pessoas mais influentes das aldeias.

Enquanto que do outro lado, a porta da sua casa esta sempre aberta para patrocinar Miss bumbu, para oferta de dinheiro de forma deselegante (um tema que tem muito por falar), jovens que são mais conhecidos pelas mordomas das casas de diversão do que pelos seus vizinhos.

Enquanto que do outro lado, há um frequente assíduo a locais de culto, onde se aglomeram massas de pessoas influentes da comunidade, apoiam famílias em momentos de tristeza (organização de funerais), nos momentos de tristeza aparecem sempre para deixar as suas condolências pessoalmente e frequentemente usam trajes que representam aquela cultura que querem influenciar nas urnas. 

Enquanto que do outro lado, a primazia é da marca Polo Ralph Laurent ou Zara, algo que lhes faz parecer “ os de lá” “os que apanharam pé” e uma agenda cheia de contactos das vencedoras das Misses.

Diferentes paradigmas só poderia resultar em diferentes resultados. ( sem qualquer surpresa)

Mas o pior é que isto não acontece somente na esfera dos partidos é algo que ocorre em todo o território “Bissauense”.
Se não vejamos a existência de jovens que não querem usar a escada para subir na vida mas sim preferem usar o elevador. 

É frequente nós vermos jovens em encontros juvenis com uma capacidade de pensar admirável, com retóricas convincentes e com ideias próprias, mas fora daquele local de livre pensamento e de livre opinião, somos tristemente confrontados com esses jovens a serem seguidores de “ kakubas” de projetos “ Vintage” “pulidos” com a imagem daquilo que foram no passado.

A pergunta que se obriga é;
Porquê que em trinta e tal partidos existentes na Guiné não vemos quinze liderados por jovens da atual situação de existência de jovens capazes com pensamentos e ideias contemporâneas. 

E a minha resposta é;
Fomos ensinados a pensar que sem os “Kakubas” não chegamos lá.

Mas esta mais que claro que esse pensamento é falso, porque nunca nenhum “kukuba” disse ao Botcha Candé;
- “Botcha Candé, Bin pabia ami em cansa nha, Bin obó tan ganha dinhéro” (porque a politica na Guiné é onde se ganha melhor)

Botcha Candé se impôs, se afirmou (a sua maneira), tornou-se indescartavél e importante para a vida da organização.
NOTA IMPORTANTE: isto é apenas a demonstração da forma que Botcha Candé se tornou importante. 

E assim acontece também fora dos partidos, tristemente vemos jovens com capacidades a andarem com pastas de baixo para cima nos ministérios de Bissau, com a esperança que um dia o ministro diga;
- abo Bin. Na pu li né secretaria, pabia abó i bom mininu.

Meus colegas jovens isso não acontece, na Guiné só se fores filho ou familiar de um ministro, general, ou outras figuras publicas, ou se Deus quiser, podes ser 1 em 1 milhão do sexo feminino que eles querem ter de perto. ( eu não falo isto com orgulho, mas sim com muita tristeza)

Se fores mais um Gaio Martins Batista Gomes, filho de Sábadozinha Gomes e de João Afonso Batista Gomes ( Zés ninguém na Guiné-Bissau), tens que pegar “teso”, tens que ser tu mesmo a subir as tuas escadas, não contes com nenhum elevador para te por no topo. Não é só a política que pode desenvolver uma nação, não é só com trabalhos no estado que podemos ter uma vida digna.

Há imenso exemplos de pessoas que construíram casas na Guiné-Bissau vendendo água em “ólhados de 25frcfa”, vendendo “survetes”, estrangeiros que sustentam as suas famílias guiando taxis ou toca toca, outros que se tornaram grandes comerciantes após terem iniciado em “sirás”, imensos, imensos exemplos daqueles que hoje tem uma vida digna começando de baixo, pegando “teso”.

Por isso é bom que agente se levante enquanto é tempo, porque “hora ku rapa tjiga tótis” vais ser obrigado a trabalhar para estrangeiros na tua pátria, vais te sentir somente importante quando alguém que se destacou na vida passar e contares histórias de terem estudado juntos e que tu até eras o mais “djiru”.

E como didinho disse na sua pagina de facebook, para se prepararem para os ditos apoios ( que na verdade sabemos que não são apoios) que tomei a liberdade de apresentar aqui;
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1. “Aos quadros nacionais, sobretudo aos nossos promissores jovens, residentes na Guiné-Bissau, vai o apelo no sentido de aproveitarem a oportunidade que o sector privado potencia, para se lançarem como empreendedores de um sem número de possibilidades e oportunidades de negócios que lhes permita prosperar, como também, contribuir para a dinamização da economia nacional. Não podemos, nem devemos conti...nuar à espera de todos sermos inseridos na função pública, seja como ministros, secretários de Estado, Directores-Gerais etc., etc. Tomem a iniciativa, promovam a dinamização do sector privado, organizem-se, manifestando interesse e participando ao Governo, dos constrangimentos, das carências e necessidades existentes, para que sejam criados mecanismos legais de apoio ao sector privado em geral, e aos jovens empreendedores em particular. Didinho 08.07.2014” (autor Fernando Casimiro ) 
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Para aqueles que querem apostar na política, é bom que comecem a desaprender o ensinamento que diz que sem os “kakubas” não chegamos lá.

É bom que comecem a fazer os trabalhos de casa que essa função exige, sejam Marketier da vossa própria evolução, sob perigo de ficares apenas como um suporte daqueles que te mandam mensagens a pedir que faças analises de determinadas situações para depois usarem os teus próprios pensamentos em locais que não tens acesso. 

E os partidos existentes atualmente já deram a resposta de não conseguirem responder as necessidades que hoje são impostas é preciso outros autores como o que esta acontecendo hoje no PAIGC e vem acontecendo em segundo plano no PRS, ou outros partidos, é preciso partido que sejam representantes de ideias e projetos dos jovens, partidos que tenham planos concretos de como resolver o problema das antiguidades não só no sector militar bem como em todo o aparelho de estado. (este assunto será desenvolvido noutra altura)

É claro que nos exemplo acima que dei sobre os partidos, eu não defendo a existência de muitos partidos numa só nação, mas sou crente de que o surgimento de partidos liderados por jovens com idoneidade e com ideias contemporâneas fará extinguir partidos sem identidade política e sem qualidade.

Termina por aqui os meus desabafos, espero que nenhum dos parágrafos deste texto tenha ofendido quem quer seja, estou somente na “papia pa nha guintis” motivado pelo amor que tenho á minha pátria, tentarei sempre neste meu cantinho da PAZ criticar para a posteridade e não para o nosso atraso, espero que tirem o melhor proveito das minhas palavras. 

E nunca se esqueçam de que eu sou um autor amador que para a sua evolução contara com as vossas criticas, mas que nunca se abdica dos seus pensamentos. 

Eu peço imensas desculpas a aqueles que muitas das vezes gostam de ler o que eu escrevo, mas se vêem sempre com dificuldades de perceber na totalidade da minha mensagem por usar muitas expressões guineenses. Mas eu devo dizer lhes que escrevo em primeiro lugar para o meu povo, se me quiserem perceber na totalidade venham conhecer o meu povo.


Gaio Martins Batista Gomes, Londres 12 de Julho 2014, Consciência e Critica

 

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