Ernst Schade

BOM DIA NA NHA GUINÉ

Bom dia, Bom dia, Bom dia na nha Guiné
Bom dia, Bom dia, Bom dia na nha Guiné

Som cu tarbadju,cu nô pudi cumpu terra, nada,
cata cai de riba
Pega na radi, bu bai labrá, pega na rídia bu bai pisca
Pega na radi, bu bai labra
Pa bu sedo alguim, bu tem cu pena
Nô tem cu pena, bu tem cu pena, ai nô tem cu pena, bu tem cu pena
Guiné mamá, Guiné malgós, Guiné n`dessam, Guiné e dinôs
Guiné oh Guiné, Guiné mamá, Guiné n`dessam, Guiné e dinós
Guiné mela
Guiné oh mamá
Guiné n!dessam
Guiné e dinós

Bom Dia Guiné - 1987/Fernando Carvalho

Jean François Hellio e Nicolas Van Ingen
Ernst Schade

 

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

25.04.2009

Fernando Casimiro (Didinho)Ontem, fiz questão de telefonar ao Fernando Carvalho, para lhe pedir a letra da canção "Bom dia Guiné", que fui ouvindo ao longo dos últimos dias e que me inspirou no sentido de realçar a necessidade de continuarmos a trabalhar para podermos construir a nossa terra, Guiné-Bissau.

Prontamente se disponibilizou a enviar-me a letra da canção, assim que regressasse a casa após uma sessão musical em que iria participar. Disse-me que voltaria a casa de madrugada e faria o envio da letra.

Hoje bem cedo quando liguei o computador para trabalhar, lá estava a mensagem do Fernando, enviada às 3:23 da madrugada...

Por volta das 10:30 telefonou-me a confirmar o envio da letra da canção e aproveitamos para falar mais um pouco da Guiné e dos guineenses!

Muito obrigado Fernando, é com o trabalho que se conseguem resultados!

Como escrevi aquando da divulgação do álbum Século XXI de Fernando Carvalho e a propósito de um outro álbum com músicas dele de 1985 a 1998, tenho "viajado" frequentemente à Guiné-Bissau. Isso é bom, ou melhor é excelente a nível de motivação, para quem escreve e precisa de recorrer sempre ao arquivo pessoal que são as memórias do passado para melhor se posicionar nos dias de hoje.

 Bom Dia Guiné tem-me feito recuar muito no tempo. Guiné e dinós, faz-me lembrar que quando era "pequeno", não sei que idade tinha, mas contado pela minha mãe, estava sempre ao pé da minha irmã Olga, 2 anos mais nova  que eu, e que quando via alguém aproximar-se dela, começava logo a dizer:  i di nós; i di nós... "é nossa; é nossa...". Ou seja, não deixava ninguém chegar ao pé dela, na tentativa de protegê-la, com receio que a levassem...

É assim que lido com a nossa Guiné, não que não deixe os nossos amigos aproximarem-se dela, mas na forma de tentar protegê-la, defendê-la!

Apesar da referência à agricultura e à pesca, duas áreas em que fomos/somos privilegiados pela natureza, o apelo de Fernando Carvalho estende-se ao trabalho generalizado, cuja mística deve ser incutida na mente de todos os guineenses.

A canção é linda e cativante, ao ponto de nos pôr a cantar. Sei que vão gostar e que estaremos todos de acordo de que só com trabalho, com muito trabalho, poderemos construir uma Guiné Positiva!

Quando no final de cada texto escrevo " Vamos continuar a trabalhar !" , é precisamente no sentido de sensibilizar os meus irmãos para a necessidade de trabalharmos sempre; de tentarmos  melhorar as condições desse trabalho; de redefinirmos os objectivos desse trabalho, para alcançarmos os nossos propósitos. Todos temos objectivos na vida e falando no colectivo, todos queremos o melhor para a Guiné, por isso, devemos trabalhar servindo a Guiné, que, por sua vez nos dará os ganhos do seu desenvolvimento!

Aproveito a oportunidade para recorrer a mais um texto escrito em 2003. Muitos dos leitores do nosso site provavelmente nunca chegaram a ler os trabalhos mais antigos publicados no site. Muito do que hoje se fala e se escreve já foi abordado há 6 anos aqui no nosso site.

Vamos continuar a trabalhar!

Guiné i di nós!

 

RECUPERANDO UM TEXTO DE 23.11.2003 - Guiné-Bissau:  ANO ZERO

 

Debruçando-me sobre os trinta anos de independência do país, das múltiplas variações de orientação com reflexos negativos em toda as vertentes de referência da Guiné-Bissau, sugiro o passar à História destes trinta anos e o instituir de um ANO ZERO para a Guiné-Bissau. Um ANO ZERO, que seria um ano de REFORMAS, a todos os níveis, começando pelo reconhecimento e agradecimento a todos os que fizeram a luta de libertação, possibilitando os seus devidos enquadramentos numa nova orientação patriótica. Reformar as Forças Armadas, criando uma estratégia para a sua modernização, num novo conceito filosófico e ideológico, onde o pluralismo e os princípios democráticos sejam permanentemente considerados.

 Colocar no patamar mais alto da História do país, as conquistas das Forças Armadas Revolucionárias Do Povo (FARP) mas, fazer entender que, não se pode continuar a desgastar essas conquistas, eternizando as hierarquias, que usam e abusam dos seus estatutos, para trair as conquistas do combatente desconhecido ou do Combatente da Liberdade da Pátria que hoje e, volvidos trinta anos de independência, pode não ter afinidades com quem manda nas Forças Armadas.

Instituir um ANO ZERO, em que todos partirão em pé de igualdade nos deveres e direitos, assentes numa CONSTITUIÇÃO feita por guineenses e para guineenses, sem rodeios de pormenor quanto à assimilação de conteúdos fora do contexto real do país.

Um ANO ZERO em que a reforma da administração pública seria o ponto de partida para a modernização das demais instituições do Estado, seguindo o conceito de menos Estado, melhor Estado.

Um ANO ZERO em que se deveria pedir uma mudança de atitude, no que aos princípios básicos da ética nos diz respeito.

Um ANO ZERO em que todos se deveriam retratar; em que todos teriam direito ao perdão e à vida.

Um ANO ZERO em que a RECONCILIAÇÃO NACIONAL, seria a esperança e a garantia da MUDANÇA que tanto procuramos. A FÉ connosco, sigamos o nosso caminho, quem procura acaba sempre por achar...

Fernando Casimiro (Didinho)

23.11.2003 -20:41

A vida só tem sentido se, para além de nós, outros também puderem viver...

Ler, Reflectir, Transmitir...Esta é a mensagem !

 

 COMENTÁRIOS AOS TEXTOS DA SECÇÃO EDITORIAL


Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Fernando Casimiro (Didinho)

PROJECTO GUINÉ-BISSAU: CONTRIBUTO - LOGOTIPO

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO

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