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Pesquisando artigos sobre a Guiné-Bissau, encontrei, publicado na edição electrónica do Jornal de Notícias (JN) de 03 de Novembro de 1998,um artigo que me despertou a curiosidade, dado o carácter demagógico do conteúdo do mesmo e que passo a transcrever na íntegra: Kumba Yalá candidato à Presidência guineense. Líder do segundo partido da oposição propõe bispo de Bissau, D.Settimio Ferrazetta, para chefe do Governo de reconciliação. O presidente do Partido da Renovação Social, Kumba Yalá, anunciou que vai ser candidato a presidente da República da Guiné-Bissau quando se realizarem as próximas eleições, no âmbito do acordo assinado por "Nino"Vieira e Ansumane Mané no princípio da semana, em Abuja. Em declarações à agência Lusa, na sua tabanca natal, perto de Bula, onde se refugiou da guerra, Kumba Yalá afirmou ter já a vontade expressa do seu partido para a sua candidatura. Recorde-se que Kumba foi derrotado, por margem mínima, na segunda volta das eleições presidenciais de 95, que deram a vitória ao actual presidente, Nino Vieira. Comentando o acordo de Abuja, o líder do segundo partido da oposição guineense_o primeiro é o Movimento Bafatá_afirmou que o entendimento foi feito para evitar "um radicalismo de posições" em relação ao problema da Guiné-Bissau."Era necessário encontrar uma saída" disse Kumba Yalá, que manifestou muitas reservas em relação ao acordo conseguido pela Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO)." Para falar francamente, não acredito na CEDEAO, porque nunca conseguiu resolver nenhum problema", acentuou, apontando como exemplo as situações verificadas na Libéria e na Serra Leoa, onde se verificaram intervenções da ECOMOG, o braço militar da CEDEAO, sem que conduzissem à estabilidade política desses países."A CEDEAO não pode ser um sindicato de defesa dos presidentes da república da sub-região", acrescentou. Propostas para o Governo: Apesar das críticas, Kumba Yalá admite que só com a realização de eleições"poderá haver uma reconciliação franca e verdadeira"do povo guineense e concorda com a nomeação de"um Governo de curta duração"para a preparação dos próximos actos eleitorais."Nós não pretendemos integrar o Governo, mas poderemos indicar personalidades", disse em resposta à questão da nomeação de um Governo de unidade nacional que, em sua opinião, deve ser liderado por uma pessoa neutra."Tem de ser um padre. Por que não o bispo?"afirmou a propósito, defendendo que" qualquer outra figura política só vai criar problemas, em virtude do oportunismo político."Kumba foi também peremptório em afirmar que não vai regressar a Bissau enquanto na capital guineense estiverem soldados senegaleses, mesmo que a sua presença seja requerida para trabalhos na Assembleia Nacional Popular. "Enquanto houver soldados senegaleses, não vou. Não me vou submeter a estrangeiros no meu próprio país", frisou. O líder do PRS acusou"Nino"Vieira de ter desrespeitado a Constituição da Guiné-Bissau, ao ter chamado as tropas senegalesas e da Guiné-Conacri. "Um conflito interno não pode justificar esse envolvimento", afirmou, considerando que a partir do momento em que isso se verificou"Nino"Vieira"deixou de ter condição moral para estar à frente do país". Kumba Yalá é de opinião que o presidente guineense"tem que responder política e criminalmente por esta guerra". "Nino terá de ser um exemplo para os futuros governantes deste país e da África",acentuou. Dr Kumba Yalá, lembra-se destas suas declarações...?! De vez em quando reveja a sua memória, para saber o que já disse e o que tem dito. O que já fez e o que tem feito...Do passado também se faz a História....  

        26-07-2003 16:41 

 

A vida só tem sentido se, para além de nós, outros também puderem viver...

 

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fernando casimiro ( didinho )

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