AS NAÇÕES UNIDAS FALHARAM NA GUINÉ-BISSAU!

 

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

13.12.2008

Chega de tanto sermão no tocante aos problemas da Guiné-Bissau!

Ou as Nações Unidas sabem o que têm a fazer para mudar o que está mal na Guiné-Bissau e que pressupõe o assumir de compromissos e responsabilidades em relação, por exemplo, ao slogan  adoptado (numa abrangência universal), a propósito dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem "DIGNIDADE E JUSTIÇA PARA TODOS NÓS", e fazem-no, com acções concretas; ou então, que assumam a responsabilidade de terem falhado, por incapacidade organizativa (numa perspectiva generalizada), na implementação de programas de recuperação do Estado guineense, no seu todo.

Há que ter presente que a República da Guiné-Bissau, enquanto Estado membro das Nações Unidas e a par das dificuldades crónicas que vem enfrentando ao longo de vários anos de instabilidades, tem tido das Nações Unidas, através dos seus mais variados departamentos, um incentivo de parceria na elaboração de programas e medidas de reconversão dessas instabilidades em ESTABILIDADE.

O que é que se conseguiu até hoje com essa parceria que se confunde e se mistura entre bons e maus princípios, contrariamente aos princípios e valores universais - positivos, constantes da Carta das Nações Unidas?

Quantos relatórios serão precisos elaborar e apresentar nas reuniões do Conselho de Segurança, até que alguma vez, algum Secretário-Geral das Nações Unidas tenha a coragem de expor, detalhada e acertadamente a real situação por que passa a Guiné-Bissau em geral e o povo guineense em particular?

Ou seremos obrigados a qualificar o representante do actual Secretário-Geral (a exemplo de outros representantes de outros Secretários-Gerais da ONU na Guiné-Bissau, no passado), de cego, surdo e mudo, em função das suas conveniências?

O que tem feito a ONU pelos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, num contexto global em que os Direitos Humanos são os diversos Direitos que dignificam a pessoa humana?

O que tem feito a ONU pela Justiça na Guiné-Bissau?

O que tem feito a ONU pela Estabilidade na Guiné-Bissau?

O que tem feito a ONU pelo desenvolvimento da Guiné-Bissau?

NADA DE CONCRETO!

As Nações Unidas têm sido cúmplices da irresponsabilidade governativa dos sucessivos governos guineenses, bem como, parte indirecta que possibilitou o regresso do ditador João Bernardo Vieira ao poder em 2005.

Nos dias de hoje, continuam as Nações Unidas a proteger Nino Vieira, criminoso de sangue, de corrupção generalizada com ramificações ao narcotráfico e todos os seus amigos do poder de Estado e, também, dos seus amigos diplomatas e representantes de organismos internacionais...

Nos dias de hoje, continuam as Nações Unidas a prometer e a pedir ajudas para a Guiné-Bissau, como se não soubessem para onde vão as ajudas financeiras canalizadas, ou da inviabilidade dos programas elaborados e, por quem!

Nos dias de hoje, continuam as Nações Unidas a afirmar que a situação na Guiné-Bissau é preocupante, bastando, para aliviar (ou melhor, manter) a dita preocupação, prorrogar o mandato da sua Missão de Paz, a UNOGBIS, por mais um ano...

Onde está o Dr. Carlos Lopes, distinto filho da Guiné-Bissau e sub-secretário-geral das Nações Unidas?

Onde estão as vozes da elite intelectual guineense que hoje, um pouco por todo o mundo representam organismos internacionais pertencentes às Nações Unidas e outros?

A luta é um exercício permanente, digamos que eterno.

Como é possível deixar a Guiné-Bissau desmoronar-se dia após dia?

Não me venham dizer que já escreveram muito sobre o país!

Não me venham dizer que têm lutado à vossa maneira!

Digam-me simplesmente a verdade que presumo ser a resposta pelas vossas indiferenças. Digam-me que (há muito) se estão nas tintas para a Guiné-Bissau e para os vossos irmãos guineenses, pois o que importa mesmo, é manterem os vossos estatutos e privilégios intocáveis e viverem os rendimentos das vossas conquistas, vocês que, de uma forma ou de outra, chegando onde chegaram, devem parte dos vossos sucessos à Guiné-Bissau!

Tenham a coragem de aceitar que não estão interessados em fazer o que quer que seja, para ajudarem a salvar a Guiné-Bissau!

Tenham a coragem de aceitar que, através das vossas vozes, nos organismos que representam, a Guiné-Bissau e os guineenses seriam vistos de outra forma, positivamente falando!

Nós que nos comprometemos com o país, iremos continuar a denunciar, a sugerir e a debater assuntos da nossa terra e do nosso povo, porque acreditamos na GUINÉ-BISSAU!

Vamos continuar a trabalhar!

 

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