A PROPÓSITO DA GUINÉ EQUATORIAL E A CPLP

 

 

 

Alfredo Handem

 

14.07.2010

 

alhan2002@hotmail.com

Dr. Alfredo HandemTenho seguido atentamente todo este debate mesquinho a volta da participação da Guiné Equatorial do espaço CPLP.

Eu não consigo entender qual o problema de não querer ver a Guiné Equatorial como membro da CPLP. Os critérios apresentados que justifiquem o "NÃO" podem até ser importantes do ponto de vista filosófico, mas por favor, são bastante questionáveis e subjectivos, pois a violação dos direitos humanos, a má governação, a iniquidade social e a situação de pobreza das populações imposta por dirigentes e governantes insensatos e corruptos são fenómenos que existem em quase todos os nossos países, talvez em proporções e formas diferentes.

 

Não é possível querermos aplicar critérios de homogeneidade para um conjunto de países situados em continentes diferentes (com percursos, histórias e práticas diferentes) a partir de indicadores de qualidade que muitas vezes nos empurram para análises subjectivas, ideológicas, tendenciosas e vagas.

 

A CPLP terá muito mais a ganhar (em termos económicos, de desenvolvimento do capital humano e do próprio respeito pelos direitos humanos) com a Guiné Equatorial como membro de pleno direito. A presença da Guiné Equatorial pode até tornar-se numa oportunidade para que a situação em relação aos direitos humanos nesse país se evolua positivamente influenciado por países como o Brasil, Portugal, Moçambique e Cabo Verde, onde a democracia conseguiu ganhos importantes do ponto de vista do respeito pela dignidade humana, do desenvolvimento humano e do exercício da cidadania. Por outro lado, é importante sublinhar que países como a minha Guiné, ou ainda a Angola e São Tomé encontram-se em estágios muito mais atrasados nesse capítulo e por conseguinte com poucos ensinamentos ou experiencias a transmitir aos demais países.

 

Os estados não são constituídos de sociedades estáticas e nem tão pouco de estilos de liderança e de governação mecânicos. A Guiné Equatorial ao querer participar da comunidade CPLP demonstra já em si uma vontade de querer evoluir e adaptar-se às novas exigências quanto aos princípios da democracia. Acredito que a própria dinâmica da CPLP irá impor atitudes e regras de jogo que acabarão por influenciar no bom sentido a governação democrática e civilizada que se pretende para os nossos países.

 

Por favor usem o senso comum, sejamos mais tolerantes, cartesianos, empreendedores e liberais. Hoje, a União Europeia é importante por causa do seu mercado e das oportunidades de desenvolvimento que esse mercado oferece aos seus cidadãos.

 

GUINÉ EQUATORIAL SIM!

 


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