Aos cristãos da Guiné

 

Matteo Candido *

28.02.2010

Um guineense escreveu, dando-nos a conhecer, que entre muitos dos seus conterrâneos, especialmente os que residem no país, há muitos equívocos, assim como ignorância e medo.

Ou há coragem, ou então, não se pode reivindicar o poder para todos, especialmente quando são poucas as oportunidades económicas. Porém, seria justo exigir algo mais, aos cristãos, em primeiro lugar. Eles deveriam estar na vanguarda duma contribuição séria, para acabar com os obstáculos existentes no país. Unindo-se aos fiéis de outras religiões.

Não se trata de implementar nenhuma acção que vise impor, à força, projectos específicos, mas sim, de promover o engajamento cívico a favor da competência profissional e da retidão moral: base de uma vida civilizada e ao nível de uma sociedade normal.

Não é fácil, não é coisa pouca e nem se consegue de um dia para o outro.

No entanto, a força e a perseverança necessárias não devem faltar àqueles que estão realmente cientes do que significa ser cristão, e que têm nos seus corações a mensagem e a energia cristãs. Os cristãos sabem que o seu caminho é em direção à vida eterna, mas sabem também que não estão isentos das obrigações sociais no terreno. Devem entrar no tecido social e civil para responder à sua consciência, e não por mandato da autoridade eclesiástica.

Não que a hierarquia católica não deva cuidar dos leigos que atuam na sociedade, na verdade, Ela tem que estar perto deles nesta tarefa difícil e proporcionar-lhes, em suas estruturas, apoios culturais e morais, para eles prosseguirem com a preparação mais adequada possível.

Mas seria ingénuo pensar que os indivíduos, mesmo bem intencionados e bem preparados, podem ter precedência sobre as estruturas bem estabelecidas no território e governadas por interesses e ambições que estão em conflito com a justiça e a democracia, inclusive, a presença de uma classe dominante que, a partir da luta de libertação, agiu sob orientações da ideologia  marxista e que tem desenraizado as tradições locais, removendo todos os limites para a inviolabilidade das pessoas, sob o disfarce da Causa, criando insegurança e desconfiança mútua, e produzindo comportamentos e acções cujos efeitos terríveis continuaram a ensanguentar a Guiné, causando horror a todos.

Os cristãos devem unir-se portanto, não se limitando apenas a pensar e a falar, mas também, criando associações com todos aqueles que têm um senso de justiça e solidariedade, ou participando nas estruturas que criam expectativas no que diz respeito à afirmação da moralidade e da justiça.

 

* Pedagogo italiano, amigo da Guiné-Bissau.

 


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