5 de JULHO, MANDJACOS & INTELECTUAIS

 

 

PRIMEIRA PARTE

 

 

 

 

 Sidónio Pais

Sidónio Pais

 

Guineense de TITE  sul da Guiné-Bissau

Na diáspora Francesa: sidonio.quaresma@wanadoo.fr

 

Agosto de 2007

 

Espero chegar a tempo para poder dar o meu parecer sobre a resposta do Eng° João GALVÃO, a propósito do artigo escrito pelo Eng° Armindo Ferreira intitulado ” 5 de Julho, Mandjacos & intelectuais” o qual suscitou reacções que me surpreenderam e chocaram, sem no entanto, terem causado perturbações em relação à minha opinião sobre Cabo Verde e os Cabo-verdianos.

 

 

Se me permitirem, gostaria de fazê-lo em duas partes:

 

Primeira – Um breve historial sobre a Guiné e Cabo Verde...

 

Segunda – Debate de ideias

 

Primeira parte

 

Um breve historial sobre a Guiné e Cabo Verde, assim como o papel desempenhado por Portugal na existência desses dois povos e países. A intenção é unicamente de expor factos históricos antes de debater as alegações publicadas.

 

Os navegadores ocidentais, por iniciativa portuguesa, aceitaram a denominação de Golfo da Guiné para representar a região que vai da África Ocidental até ao Cabo Bojador de Gil Eanes (1434).

 

Como todos sabemos, os portugueses sempre exploraram durante as “descobertas” as ilhas desertas, as costas, assim como o caudal dos rios para comércio de ouro, especiarias etc. Por razões financeiras e militares, penetraram muito pouco o continente, e para mais, os outros concorrentes, Franceses, Ingleses, Alemães, Holandeses etc. infiltravam-se mais para o interior do continente, e se opunham militarmente aos novos pretendentes. As Caravelas estavam mais apropriadas para as navegações costeiras...

 

Cabo Verde que fica ao largo do Golfo da Guiné, era um arquipélago despovoado. Foi “descoberto”, segundo os historiadores e os cartórios reputados da época, (por exemplo o mapa-mundi italiano de Fra Mauro, e o Cartógrafo Grazioso Benincasa) por volta de 1460.

 

O Veneziano Alvise Cà da Mosto na sua segunda viagem realizada ao serviço de Portugal, descobriu 4 ilhas: Santiago, Maio, Boa Vista e Sal que são as mais próximas do continente. Mas foi o Genovês António da Noli quem recebeu do Infante D. Henrique a missão de ocupá-las. Foi também, ele próprio, quem as nomeou, acrescentando que só Boa Vista tinha sido visitada por Alvise Cà da Mosto. Ė o nome de António da Noli que aparece nos mapas de 1488-1493, ditos de inspiração de Cristóvão Colombo, como descobridor das ilhas de Boa Vista, Santiago, São Filipe, Fogo, Maio, Sal, São Vivente, São Nicolau e Brava. Segundo consta no testamento do Infante, de 28 de Outubro de 1460, estas ilhas foram atribuídas em donatória a António da Noli e Diogo Afonso.

 

Quanto à Guiné (já conhecida por Golfo da Guiné), a primeira povoação portuguesa foi construída em Cachéu em 1588 por ordens de Manuel Lopes Cardoso, Capitão-Mor de Cabo Verde. Farim e Ziguinchor foram construídos em 1462 por Gonçalo Gâmboa Aiala, e assim começava a ocupação Lusitana ao longo dos rios Casamansa, Cacheu, Geba e Buba.

 

Estas populações forneceram à administração de Cabo Verde, mercadorias diversas entre as quais, escravos capturados na Província da Guiné, actual Guiné-Bissau.

 

Entretanto, a escravatura foi abolida aproximadamente em 1850, após várias tentativas desde a Convenção Francesa de 1794 até 1848, na Inglaterra em 1833 e nos Estados Unidos da América em 1865 após a Guerra da Sucessão, etc.

 

Em 1879 a Guiné foi separada administrativamente de Cabo Verde e Bolama torna-se sua Capital até 1943, data em que Bissau passou a ser a nova Capital e, onde, o primeiro liceu só foi construído em 1950. Diga-se aqui que, (no quadro da política Cultural de Sá da Bandeira, então Ministro da Marinha e das Colónias), em Goa, o primeiro liceu foi aberto em 1870, em Macau em 1890, em Angola e Moçambique 1900-1910, Cabo Verde e São Tomé um pouco mais tarde, mas a Guiné,  foi a última de todas as colónias a ter um liceu. Mas também foi a primeira a ver reconhecida a sua independência em 24 de Setembro de 1974.

 

Após este breve historial e, em função do tema abordado no artigo “5 de Julho, Mandjacos & intelectuais”, vou-me centrar sobre o termo Mandjaco, sua origem e o seu contexto, e sobre os valores que aproximam a Guiné e Cabo Verde.

 

Consta que em Cabo Verde, Mandjaco designa o imigrante “guineense”. Na Guiné-Bissau, Mandjaco designa uma etnia, um povo, que é parte integrante da Nação Guineense com mais outros como: Pepel, Balanta, Mandingas, Fulas, Djakanka, Oïnka, Felupe, Mankanhe, Bijagós, Biafada, Sussu, etc.

 

O Mandjaco vive na região norte e nas ilhas a noroeste do continente (Pecixe e Jeta), precisamente, nas regiões aonde se instalaram as primeiras povoações portuguesas.

 

Tendo em conta o contexto das nossas colonizações e libertações, não concordo que se tente banalizar a importância que tiveram as armas nas nossas histórias. Pelo contrário, elas tiveram uma importânca capital na vida das populações da Guiné, de Cabo Verde e mesmo, na de Portugal. Aliás elas foram determinantes para todos os processos que se seguiram depois.

 

O próprio Amílcar CABRAL “Abel Djassi” dizia:

 

- a resistência do povo guineense foi vencida pela força das armas do exército português,

 

- a luta não é só na boca, na escrita ou nas faladas nas rádios, ela está na acção de cada dia, contra nós mesmos e contra o inimigo.

 

Lembremos que:

 

- Cabo Verde estava despovoado e foi ocupado por um punhado de navegadores brancos (Portugueses e Italianos) que com o comércio de escravos – Mandjacos, se enriqueceram, e se reproduziram em condições dolorosas e dramáticas.

 

- em Cabo Verde morreram de fome 50.000 pessoas entre 1942 e 1947 e depois entre 1958 e 1959, certamente muitos Mandjacos.

 

- o Governo Português tudo fez para meter a NATO (uma organização política e militar surgida depois de segunda guerra mundial, sob iniciativa Americana, para proteger e defender os interesses dos aliados do Atlântico norte, mas essencialmente, para rivalizar com o Pacto de Varsóvia criado pela URSS) na Guiné e em Cabo Verde, mas sem sucesso.

 

Não quero com estas citações fazer uma apologia das armas, NÃO! Quero pelo contrário, demonstrar a importância que tiveram as armas, e provavelmente as consequências que ainda hoje vivemos delas. A questão não é de qualificar essa importância, mas de afirmar e confirmar que as armas ocuparam e transformaram nossas vidas...infelizmente.

 

Muitos esforços e sacrifícios foram feitos para melhorar a vida dos povos Guineense e Cabo-verdiano, mas ainda estamos todos a sofrer das insuficiências, das carências, das injustiças e mais outros males das gestões socio-políticas dos nossos países. Não creio que o Cabo-verdiano possa se sentir plenamente satisfeito com o que se passa em Cabo Verde, apesar do “crescimento do turismo”.

 

Tanto na Guiné como em Cabo Verde, os discursos extremistas e discriminatórios são condenados, e muitos foram aqueles que se levantaram contra eles.  Nunca foram institucionalizados nem de um lado nem do outro. São todos condenados pelas leis que nos gerem. A sociedade perfeita não existe, nem nos desenhos animados, nem mesmo no interior das religiões. Eu sou católico mas não posso afirmar que a Igreja Católica seja perfeita.

 

Que há descontentamentos porque os homens se sentem lesados, magoados nos seus corpos, nas suas almas, e nas suas dignidades, esses acontecimentos também fazem parte da evolução das sociedades humanas. O problema que se põe nesses casos, é a propósito da intenção que motiva o acto, e das respostas que trazem as instituições Estatais.

 

Muita das vezes, apesar das intervenções legais, os rumores são mais rápidos e mais fortes do que os ventos, mas isso não entrava a dialéctica administrativa.

 

Vamos nos suprimir porque a nossa existência está ligada às nossas mágoas, e que elas mesmas estão ligadas às nossas queixas?

 

Claro que NÃO! Gritaremos as nossas dores, faremos apelo aos nossos entes próximos, às autoridades, e aguardaremos que a justiça seja feita e que as LEIS sejam aplicadas.

 

Pois as leis são feitas:

 

- para proteger os mais fracos e no interesse comum, no interesse de todos.

 

- para serem aplicadas imparcialmente, apesar de investidas de valores morais.

 

Valores esses que abrem, entre outras, perspectivas aos homens, para pousarem seus problemas, discuti-los até encontrarem soluções. Foi isso que tentou fazer o nosso amigo e conterrâneo João GALVÃO, com muito respeito a todas as partes, e num espírito são e cívico.

 

“KIM KUTA FALA SÕ KIL KI  MISTI, YTA CURRI RISCU DI OBI, KIL KIKA MISTI...”

 

O Debate de ideias faz parte das sociedades de hoje, quaisquer que sejam os seus antecedentes, ou actualidades Culturais, Sociais ou Políticas. As sociedades modernas já não têm lugares para extremismos. Aliás, a maioria do povo Cabo-verdiano é humilde e generoso, exactamente como o povo Guineense que sempre acolheu e viveu em harmonia total com todos os seus hóspedes, sem incidentes maiores.

 

Para esta primeira parte, fico por aqui.

Obrigado pelo vosso consentimento, pela vossa atenção e até à próxima.

 

 

A propósito de "5 de Julho, Mandjacos & Intelectuais"

 

Texto da autoria de João Galvão Borges

 

            Com vossa permissão,


           Que o teor de minha reacção ao artigo do Sr. Eng.º Armindo Ferreira – 5 de Julho, Mandjacos & Intelectuais – publicado no Expresso das Ilhas a 13.06.07, me situe de forma inequívoca.  Não posso ser indiferente ao artigo do  Eng° Armindo Ferreira. Sou até, se ele mo permitir, solidário! E por duas razões!


          A primeira confere-me legitimidade: sou filho de emigrantes Cabo-verdianos que se radicaram na Guiné-Bissau em princípios dos anos 30 do século passado.


          A segunda também me confere legitimidade: enquanto Guineense sinto-me ferido e triste por saber que meus conterrâneos são expatriados de Cabo-Verde por terem cometido o "hediondo crime" de se furtarem à vigilância das autoridades para procurarem uma vida melhor, para procurarem o ancestral "pão-nosso de cada dia..." que lhes é "recusado" em solo pátrio.... Ninguém abandona sua Pátria se não for, por dispares razoes, coagido. E o Povo Cabo-verdiano, emigrante por excelência, sabe-o bem.

          Mar ê morada di sôdadi, êl ta lêvano pa terra longe!... E a Guiné-Bissau já foi terra longe!..., que o digam, entre saudosos e presentes, os, Manuel 'Djinha', Antero 'Bubu', Armando 'Tina', Manuel 'Tuboca', 'Tita Gote', 'Joãozinho Burgo', Sérgio Centeio, João 'Coronel', 'Beirona', César Alves, 'Nhanduco', Mário Lima 'Pobre', 'Mexicano', João Capristano, Alberto Borges, 'Chamano', 'Agustôn', 'Antoninho Griga', Silva 'Matador' 'Dja Bô N'Gli', Pedro Moreira, Anselmo Mariano, Quirino Spencer, Aristides Pereira, Pedro Duarte, 'Toi' Cabral, Aguinaldo Almeida, 'Tcheca', Nicolau Dias, Zeferino Macedo, Armando 'Bufalo Bill' e os de "bôa pena" como Henrique Ribeiro, Pedro Andrade, Pedro Delgado, 'Admnistrador' Garcia, Marcelino Moreira, vindos do Seminário de São Nicolau em Cabo-Verde!, e o ex- Banco Nacional Ultramarino servido massivamente por "Insulares", e muitos, mas mesmo muitos outros que escapam à protecção de minha memória. Que a memória, a verdadeira, não se perca!...

 

          Não há movimento migratório sem subjacente necessidade. A necessidade é o móbil e o "carburante" de qualquer fluxo migratório. Não acredito que em tempos de "fartura", as naus portuguesas deixariam os portos de Lisboa e de Sagres para darem "Novos mundos ao Mundo"!...

          E ainda sobre esse tema, não fosse a "Phytophtora infestas", um fungo que dizimou a cultura da batata na Irlanda em fins (creio!) do século XVII, os "Mayflower" e congéneres não tomariam certamente rumo para as Américas!...

          Posso também afirmar-vos que, ver um camponês Guineense deixar sua terra, para um país com solos de morfologia, textura, estrutura, topografia e aptidão cultural diferentes, para um país de pluviometria periclitante; vai ao de lá do credível! é quase ficção!...

           Para vos poupar, tempo e paciência, procurei ser inciso, conciso, sendo exaustivo.
          Congratulo-me que na terra de meus Pais se possa, de forma responsável, veicular um vasto espectrum de correntes de pensamento e pronunciar vozes discordantes. Bravo, e que dure!

           Vivi a Guiné colonial, vivi a Guiné pré e pós independência pelo que me permito pronunciar sobre alguns aspectos de minha vivência no Pais.

          Até 14 de Novembro de 1980 era, na Guiné-Bissau, politicamente pouco aconselhável e susceptível de consequências falar do Homem Guineense. Pela ideologia vigente o Homem Guineense e o Homem Cabo-verdiano não eram senão duas cotilédones de uma única variedade de  semente – Unidade Guiné Cabo-Verde! Falar portanto do Homem Guineense dissociado do Homem Cabo-verdiano denunciava uma certa "afeição" pela FLING (Frente de Libertação Nacional da Guiné), o que não era naturalmente de se aplaudir...

          Em contrapartida chegavam-nos das Ilhas ecos de homéricos discursos sobre a identidade do Homem Cabo-verdiano. Como compreender? De um lado se nutria de elogios o Ego do Povo das Ilhas e de outro procurava-se (com certa subtileza mas não sem empenho) temperar o Ego do Povo Guineense. Porquê e com que intenção?

           Creio hoje compreender, e bem, o móbil desse desfasamento. Questão de EGO!

          Durante a Luta Armada de Libertação Nacional, a Guiné-Bissau era considerada o Vietname das colónias portuguesas em guerra, o que era obviamente uma referência extremamente elogiosa para qualquer Povo que luta pela sua liberdade.

          Por alguma razão o 25 de Abril em Portugal foi conduzido pelos militares vindos da frente da Guiné.

          Ora essa exaltação e esse enaltecimento estão, convenhamos, por conta da tenacidade, da coragem, do heroísmo do guerrilheiro Guineense, do combatente Guineense, do Homem Guineense (permitam-me poder, quanto a este singular exemplo, finalmente falar do Homem Guineense, sem receio e sem modéstia), que se bateu, em seu solo, pela Liberdade de duas Pátrias!... Porém não posso, não devo e muito menos quero, deixar de mencionar, reconhecer e enaltecer as valiosas, contribuição e participação da diáspora de Nacionalistas Cabo-verdianos a essa nobre causa.  

          Entretanto o palco das violentas operações de guerra foi a Guiné; dai que, logicamente, o preço de sangue vertido e de todas as nefastas consequências de uma guerra foram suportados pelo Povo Guineense. Essa irrefutável realidade histórica é extremamente mal vivida por essa diáspora de Nacionalistas Cabo-verdianos que participaram na Luta Armada de Libertação Nacional, em solo Guineense.

          Essa diáspora gostaria de poder falar de UMA Luta Armada de Libertação Nacional NA Guiné e EM Cabo-Verde e não DA Luta Armada de Libertação Nacional DA Guiné E Cabo-Verde, em solo Guineense.  Como disse, questão de EGO!

           Tendo em conta a Luta Armada de Libertação Nacional e a especificidade de seu contexto, gostaria de pedir se pronunciem com frieza, serenidade e sobretudo HONESTIDADE sobre um "tema-questao" quasi tabu!

          QUEM OUSA DIZER, sem ferir susceptibilidades e sensibilidades diferentes, QUE A ESTRATIFICACAO HIERARQUICA em todas, repito, em todas as instâncias DO ENTAO SUPRANACIONAL PARTIDO, a indicar: Comissão Permanente do Bureau Politico do Conselho Executivo de Luta, Conselho Executivo de Luta e Conselho Superior de Luta REFLECTIA (com justiça e isenção )  AS CONTRAPARTIDAS  (da Guiné-Bissau, de Cabo-Verde, de seus respectivos Povos)   à LUTA ARMADA DE LIBERTACAO NACIONAL. O silêncio tem respondido esta questão incomodativa...!

          Quantos Cabo-verdianos foram fuzilados em Cabo-Verde por terem servido o exército colonial e por se terem oposto em armas aos Movimentos de Libertação Nacional das ex-colónias? Se nenhum, como compreender e/ou aceitar que, pelas mesmas razoes, medidas diametralmente opostas foram preconizadas e implementadas na Guiné-Bissau sob a égide do mesmo Partido?

          Fuzilaram, entre outros, Baticâm Ferreira, iminente autoridade tradicional, PUBLICAMENTE, em Canchungo, em sua terra natal !!!...Que barbaridade e que monstruosa cegueira politica. E também, que estranha forma de promover a Reconciliação Nacional!...

Não fui o único a compreender os dizeres do Eng° Armindo Ferreira. Convenhamos porém, que uma redacção estruturada, cuidada, elaborada e sobretudo fundamentada pode incomodar certos leitores quando inadvertidos!... E para substanciar, duvido que todo o Espartano compreendesse seu conterrâneo Ateniense e que todo o Ateniense compreendesse seu conterrâneo Espartano. Mas, como não passei pelas Termópilas, a resposta a quem de direito!...

          Há-os que se fundamentam para argumentarem. Há-os porém que só fazem ECO e, porque "apodos" de ideias, precisam incessantemente de "promotores de ideias..." Concordo que é extremamente difícil ser-se indulgente e tolerante face a verborreias irresponsáveis e incongruentes. Coragem!

           E, por tudo quanto disse;

          Não será que os cidadãos Guineenses MERECEM da Nação Cabo-verdiana, do seu Povo e do seu Estado, e que não seja por pudor, por RESPEITO a um PASSADO demasiadamente recente para ser olvidado,  mas por RESPEITO à MEMORIA desse PASSADO, por RESPEITO da MEMORIA desse PASSADO, um tratamento efectivamente preferencial, mais consentâneo e coerente com esse PASSADO e sobretudo com essa MEMORIA?!...

          Quanto sangue Guineense, estoicamente, generosamente vertido para que a LIBERDADE fosse Também extensiva a Cabo-Verde, beneficiasse Também seu Povo, então IRMAO!!!. Ainda oiço os cânticos de "dus curpu um corçon!....

          Esse tratamento preferencial, que não chocaria o mais exigente dos racionais de Lineu, só poderia a meu ver, enobrecer a Nação Cabo-verdiana e seu Povo. Questão de bom senso!

          Seria entretanto bom saber quais os interesses subjacentes a essa nutrida amnésia e quem os interessados em fragilizar e/ou definitivamente desactivar essa MEMORIA.

 

          Meus irmãos Cabo-verdianos,

          Peço-vos com sinceridade e com humildade que doravante, em nome desse PASSADO, em nome dessa MEMORIA, e até pelo sangue que nos corre nas veias..., tratem melhor nosso irmão "Mandjacos". E sobejam-vos razões...!

           Antecipo-me ao 5 de Julho, vossa Festa Nacional, para vos desejar Saúde, Paz e Progresso.

           Com modéstia,

 

         João António Galvão dos Reis Borges

 

 COMENTÁRIO AO TEXTO DE JOÃO GALVÃO BORGES

 

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