Ao Concidadão

                             

     

Por: Isabel Maria da Costa (Nety) 

10.09.2008

 

Tantos anos de história, tantos de “ canga-luta “, a Guiné-Bissau à deriva devido às paragens forçadas por encalhamento ou retrocessos, consequências das opções menos sensatas assumidas no decurso da sua história.

      Num acto de prevaricação “seus filhos” tripudiando a favor do jugo fraudulento, da perversão enfim, do ganho fácil, contribuindo assim, para o enraizamento do ” Doce narco-viaduto” transatlântico. Isso tudo, em nome do seu bom nome e da miséria!     

      “ Quem te viu, quem te vê “.

      Mendigando o direito que lhe assiste como um Povo!

      O direito que lhe assiste como um Estado!

      Suplicando na praça pública mundial o direito que lhe assiste como uma Nação!

      Ó! Pátria minha, o direito conquista-se.    

      Inegavelmente, General Nino Vieira e os (confrades), suas acções marcaram e marcarão parte importante da história do nosso país, sejam por actos heróicos, patrióticos ou não! Mas os tempos mudam e as consciências também.

      Não menos importante reconhecer suas próprias fraquezas e inadaptações face à desordem que caracteriza o país, abdicando de se perpetuar como eterno escravo do poder. Em suma, paradigma político predilecta da maioria dos chefes nos Estados africanos.

      Em nome da dignidade e do orgulho que ainda lhe resta tenha a intrepidez necessária para se retirar estrategicamente do palco político, sem rancores, passando o testemunho e com a promessa de contribuir positivamente para o real desenvolvimento do país em gesto de respeito para com o seu povo, afim  de que sua história venha a ter algum valor para os seus e as gerações futuras quando a história vier a ser contada.

      Está nas suas mãos escrever o final da sua história! Isto porque a vida deu-lhe uma segunda oportunidade e o senhor não consegue fazer melhor. Propósito esse porque tanto se sacrificou!

      É visível que insiste em traçar projectos para a Guiné-Bissau adaptando crónicas e cenários vividos em outros tempos e países como é o caso de Angola, um país com grandes potenciais tendo em conta os seus pilares máximos sustentados por grupos e quadros qualificados (não ineptos), por isso, não é aconselhável equiparar as duas nações seja em que vertente for.

Angola viveu anos de guerra sem com isso afundar por completo suas estruturas e bases económicas... Portanto, não negligencie factores que lhe parecem tão óbvios quanto possíveis, obstinado em remediar o irremediável com recurso a técnicas inadaptáveis, baseadas na ausência de princípios fundamentais e opostas às linhas ideológicas do partido aquando da sua fundação.

      Alguém se lembra de Cacine e Boé como destinos de férias com a família?

      Será a ocasião oportuna para citar esta expressão?

      “Se não é para mim então não é para ninguém!

      Não estará a confiar demasiado nessa parceria ou será que terá mais sorte em exilar para Angola já que as experiências em Portugal não são dignas de se recordar?

      Estará a Guiné-Bissau a ser governada por Angola?!!!

      Que o fardo não venha a ser demasiado pesado para o povo!

      A razão da ausência de ódio talvez seja devida ao apreço pela vida humana e à vontade de viver apesar de tudo!

      Em nome da paz, dos já falecidos, dos seus descendentes, permita que o povo da Guiné-Bissau experimente o verdadeiro sabor da justiça, o da não intimidação, o da não ignorância, enfim, o verdadeiro sabor da liberdade total.

      Por incrível que pareça, os guineenses são os principais culpados por complacência e submissão, isto porque já lhes basta a miséria e, preterir para quê, se não se tem a barriga cheia! Não é verdade?

      Basta de comodismo!

      Basta de ter a “praça do Império” como único lugar luxuoso para rodopiar os últimos modelos de tacões, cabelos humanos e jeans importados por imigrantes, desesperados em ostentar seus troféus conquistados às horas mortas nas estações de rodoviárias bem como nas obras de construção civil (grande maioria) em Portugal. E os fins-de-semana passados nos “ clandós “ e nas “gambérrias” como recursos para dissipar a monotonia!

      Permitamo-nos ao luxo de água potável e da electricidade, essas sim, são necessidades.

 

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