AO ACTIVISTA DOS TECLADOS

 

 Por: Flaviano Mindela

02.04.2007

Flaviano Mindela à conversa com o ex-Presidente da República portuguesa, Dr. Jorge Sampaio

Flaviano Mindela à conversa com o ex-Presidente da República portuguesa Dr. Jorge Sampaio

 

Antes de mais, queira desculpar-me o facto de, no momento da decisão de lhe prestar esta modesta homenagem, através duma carta aberta, ter-me também ocorrido a ideia de lhe atribuir esse caricaturado nome, que acabou por ser o título do “artigo”.

Caro Didinho, para quebrar a tendência de que, os milagres do santo da casa não são para pregar, não quis deixar passar esta oportunidade, sem lhe agradecer e, ao mesmo tempo, felicitá-lo.

Isto tudo porque, agora mais do que nunca, todos os guineenses, mesmo os voluntariamente cegos, acabaram por descobrir, através desta inquestionável tentativa da Presidência da República, de desvalorizar uma inequívoca deliberação da Assembleia Nacional Popular, para nos livrar de um Governo que tem entre os seus membros, alguns dos elementos mais incapazes, e cronicamente corruptos, da nossa sociedade; qual é o factor primordial, de quase todos os nossos problemas.

Começou muito cedo, com uma admirável frontalidade, apontou os alvos para essa luta, cuja, a que poderá ser a principal vitória, está em vias de se concretizar, felizmente, com a fileira mais numerosa, e mais convicta, graças também à sua contribuição.

Começou muito cedo, combatendo ferozmente em cada batalha, mesmo quando alguns, inclusive eu, a não concordar com o que achamos ser excessivo.

Começou muito cedo, sacrificando o seu escasso tempo, assim como o seu precioso orçamento familiar, para assegurar aos seus companheiros de luta este indispensável espaço.

Definitivamente, o seu pioneirismo motivou o aparecimento de mais, e melhores vozes, mesmo sendo algumas delas naturalmente divergentes, para o bem e para o mal, que vieram contribuir para os diversos debates já travados, e que continuarão a ser travados no devido espaço.

Quero destacar o espaço “Nô Djunta Mon”, onde tenho lido e guardado alguns dos seus artigos, e de alguns dos autores como: Francelino Alfa, Inácio Valentim, Djodji, Djiudigalinha, Alin Li, Cancan e outros, que quanto a mim, foram autênticas lições para a posteridade.

As grandes obras, são as que conseguem ultrapassar os seus respectivos obreiros.

Caro Fernando Casimiro, esse seu CONTRIBUTO, é para já uma grande obra, a prova que tenho disso, é justamente a certeza que também tenho de que, ele contribuiu para esse extraordinário abanão das consciências dos que, pelos vistos, pretendem ser realmente deputados duma Nação Guineense.

Caro compatriota, quero reafirmar-lhe o orgulho que tenho sentido, por ter identificado com, e acompanhado essa sua luta, apesar de reconhecer a minha insuficiente dose de coragem para expor algumas ideias minhas, como você o faz em relação às suas.

Termino desejando-lhe profundamente, muita saúde, e uma longa vida. E que as próximas gerações se dignem lembrar de lhe atribuir um lugar entre os que vão combatendo pela plena instauração dum irreversível regime democrático na futura Guiné-Bissau.

Ser, Conhecer, Compreender e Partilhar. 

Caro Flaviano Mindela,

Estamos juntos nesta luta há já uns anos!

Começamos no "Africanidade", lançando ideias e promovendo debates sobre a Guiné-Bissau.

Tornamo-nos amigos e não mais me esqueci do dia em que me convidaste para assistir à exposição em que participaste com as tuas obras de arte, no Instituto Franco-Português de Lisboa.

Temos estado a trabalhar por uma causa: a Guiné-Bissau positiva no sentido mais abrangente da afirmação para a nossa terra!

Este percurso, esta forma de lutar, de contribuir com o melhor de nós mesmos sem esperarmos receber nada em troca só tem uma designação: Missão!

Quero agradecer-te pelas palavras simpáticas e encorajadoras que me dirigiste.

Quero dizer-te que por vezes torna-se mais fácil criticar do que elogiar o trabalho de alguém. O teu gesto, a tua iniciativa manifestada nesta carta é, para mim, um acto de coragem e de elevação.

Como costumo dizer: Vamos continuar a trabalhar, pois quanto mais fazemos, mais vemos que falta fazer...

Um abraço

Didinho

02.04.2007

www.didinho.org