Ante-projecto de implementação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no plano curricular do ensino na Guiné-Bissau.
Chamo-me Arnaldo Afonso da Costa, Guineense residente em Portugal, sou licenciado em Engenharia de Sistemas e Informática, pós-graduado em Educação, cooperação e Desenvolvimento pela Universidade do Minho em Braga – Portugal. Actualmente sou Professor do Ensino Básico e Secundário na área das Tecnologias de Informação e Comunicação na função pública em Portugal.
Apesar de me encontrar na diáspora, preocupo-me com os problemas que afligem o meu país e estou disponível para contribuir para o desenvolvimento e o bem-estar da Guiné-Bissau. É neste âmbito que me surgiu a ideia que foi amadurecendo de criar um ante-projecto de implementação das Tecnologias de Informação e Comunicação no plano curricular do ensino na Guiné-Bissau.
A vida nesta sociedade da informação não é isenta de dificuldades, essencialmente se se pretender fazer uso da informação disponível para chegar ao conhecimento. Assim, torna-se necessário preparar os cidadãos Guineenses para identificarem e dominarem as novas competências que emergem: o domínio da tecnologia; o acesso à informação; o processamento da informação e a produção de informação. Esta necessidade é tanto mais premente quando reconhecemos que o desenvolvimento tecnológico é dinâmico e acelerado. Com efeito, verificamos o elevado ritmo de introdução de inovações tecnológicas, tanto ao nível do acesso e circulação da informação como ao nível da comunicação individual, em grupo e de massas.
As vantagens que advêem
da utilização racional das TIC contribuirão para acelerar o processo de
desenvolvimento da Guiné-Bissau a curto e a longo prazo, já que o domínio da
utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação favorece o alcance dos
objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
O projecto pretenderá atingir três principais objectivos:
Primeiro:
Integrar e implementar as TICs como disciplina no plano curricular do ensino na Guiné-Bissau nos níveis de Ensino Básico (incluindo cursos CEF e Alfabetização), Secundário, Complementar, Institutos e Universidades abrangendo maior número de alunos até 2012.
Segundo:
A curto prazo deverá ser uma disciplina transversal a todas as áreas disciplinares do plano curricular do ensino na Guiné-Bissau. A transversalidade associada à interdisciplinaridade contribuirá para a materialização dos conhecimentos das TICs e suas aplicação práticas em ambientes heterogéneos e em diferentes contextos. A comunidade educativa e a sociedade guineense em breve poderão usufruir destes frutos, necessários e urgentes nesta era da globalização, da economia do mercado e da sociedade de Informação e de Conhecimento.
A massificação das
Tecnologias de Informação e da Comunicação na sociedade guineense introduzirá
paulatinamente os computadores e outros equipamentos informáticos nos lares
guineenses. Assim, os familiares e amigos poderão aprender e trocar experiências
antes vividas e partilhá-las a nível nacional e internacional.
Terceiro:
Até 2017 o governo deverá investir nas TICs, criar uma politica de informática, um Observatório das TICs e informatizar os processos e serviços da Administração Pública na Guiné-Bissau. Também deverá preparar os Guineenses para enfrentar os desafios da sociedade de informação e de conhecimento de forma a acompanhar as constantes e rápidas mudanças da era de globalização, da economia de conhecimento e de mercado.
Para concretizar o primeiro e o segundo objectivo, deve-se dotar as instituições do ensino público de infra-estruturas tecnológicas, equipamentos informáticos, softwares de Sistema e softwares de aplicação. Também se deve ter em conta a necessidade de recrutar uma equipa qualificada de docentes, formadores e técnicos de manutenção das salas de informática para assegurar a leccionação da disciplina e zelar pelo bom funcionamento e conservação dos equipamentos das salas de informática.
Ciente da importância que revestirá o projecto para o país, atendendo que este exige a mobilização da vontade politica por parte do governo com a colaboração da sociedade civil (incluindo as instituições do ensino público, entidades e organismos ligados à Educação) mas também requer a afectação de recursos humanos, materiais e financeiros. Por estes motivos, gostaria de receber um parecer favorável de Vossa Excelência afim de avançar com a formação de uma equipa multidisciplinar que elaborará o projecto contando com o apoio e financiamento do governo da Guiné-Bissau e dos seus parceiros de cooperação (UE- Espanha, Portugal e França, UA, Microsoft, Canada, EUA, China).
Sem mais assunto de momento, aguardando brevemente a resposta de Vossa Excelência se possível por e-mail para o meu endereço electrónico: lemparate@portugalmail.com.
Com os melhores e respeitosos cumprimentos,
Braga, 08 de Agosto de 2007
O Professor
Arnaldo Afonso da Costa
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO