QUANDO POR DETRÁS DAS RESPONSABILIDADES ESTÃO OS INTERESSES PESSOAIS...

 

A RESPONSABILIZAÇÃO COMO CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DOS CANDIDATOS, TENDO EM VISTA UMA VOTAÇÃO LIVRE, CONSCIENTE E BENÉFICA PARA A GUINÉ-BISSAU E PARA TODOS OS GUINEENSES! Didinho

 

Está na hora de mudar, está na hora de todos falarmos, de todos dizermos o que pensamos, de todos também poderem defender-se, quando acharem que o que se diz deles não corresponde à verdade.

Temos que aceitar as diferenças, temos que saber reconhecer os nossos erros, as nossas falhas, as nossas carências. Temos que pedir desculpa ao nosso povo quando esse mesmo povo, através de várias vozes, mostra-nos a sua indignação pelos nossos actos negativos, por terem directa ou indirectamente prejudicado a Guiné-Bissau e os guineenses.

Para ajudarmos os políticos, temos que lhes dizer a verdade, mesmo que seja a nossa verdade, mas é sempre uma alternativa para que não pensem que, para além deles, mais ninguém pensa.

Por outro lado, eles devem ser humildes, ter respeito pelas opiniões que são produzidas sobre eles, pois só assim poderão melhorar as suas posturas e ir de encontro ao que se pretende deles. Caso contrário, jamais conseguirão libertar-se da tendência demagógica. Didinho

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

19.07.2009

Fernando Casimiro (Didinho)Analisando o escrutínio de 28 de Junho que ditou a passagem dos candidatos Malam Bacai Sanhá e Mohamed Ialá Embaló para a segunda volta das presidenciais a realizar a 26 de Julho próximo, mantenho o respeito pela decisão do povo guineense e assim continuarei após o anúncio do escolhido para ser Presidente da República!

Quero salvaguardar no entanto, o meu direito de opinião, em julgar infeliz a escolha repartida do povo guineense que permitiu a passagem destes 2 candidatos à segunda volta, uma escolha que, a uma semana da ida às urnas, confirma ter sido mais um acto merecedor de arrependimentos e lamentos.

Quando se diz que o nosso povo é maioritariamente analfabeto e, por isso, vive num estado de ignorância, ou seja, de falta de saber, de conhecimento, não se está a insultar nem a desvalorizar ninguém!

Não se está a dizer que o povo guineense é burro ou que não tem utilidade!

Todos somos ignorantes de algo até sermos ensinados, até conseguirmos aprender. Ao nosso povo, infelizmente, continua-se a querer manter o rótulo, pois os governantes assim preferem, para continuarem a dominar, enganando uma maioria da população que, por não ter conhecimentos, é limitada no exercício da mente, sendo por isso, facilmente manipulada quando há eleições, votando em alguém a troco de contrapartidas materiais.

Se a maioria é analfabeta, também há Licenciados, Mestres e Doutores que raramente votam de forma consciente, chegando a ser autênticos camaleões em função dos resultados ditados pelas eleições.

Se a maioria da população analfabeta é manipulada a troco de dinheiro, camisolas, bonés, rádios, comida etc., essa maioria porém, não se encosta aos senhores que ajudam a colocar no poder. Essa maioria da população trabalha, auto-sustenta-se com o seu trabalho, quer na agricultura, nas pescas, caça, artesanato etc.

Já a maioria dos nossos Licenciados, Mestres e Doutores (desculpem-me os que se sentirem ofendidos, mas isto é uma constatação), habituados a viver à custa dos compromissos das eleições, dão tudo, incluindo a própria dignidade, para estarem com quem está em vantagem ou consegue chegar ao poder, no intuito de conseguirem garantir posições sem concurso público na Administração Pública, o que equivale dizer, salvaguardarem os seus interesses pessoais.

Vejamos:

Como se pode estar envolvido na campanha de uma candidatura e, 2 dias depois do anúncio dos resultados, membros da directoria de campanha dos candidatos derrotados solicitarem audiências com os 2 candidatos que irão disputar a segunda volta, oferecendo-se para apoiá-los?!

Se havia 11 candidatos, certamente que cada candidato achava que estava em melhor posição para defender o interesse nacional e representar a Guiné-Bissau!

Se havia 11 candidatos, certamente que as directorias de campanha acreditavam no trabalho realizado e nos seus candidatos.

Se havia 11 candidatos foi porque nenhum se revia no outro, pois se assim não fosse, não haveria 11 candidatos.

Se nas eleições legislativas a Lei Eleitoral só valida as coligações assumidas na apresentação dos partidos concorrentes (para evitar jogos de interesse depois do anúncio dos resultados, que poderiam motivar "arranjos parlamentares"), já nas eleições presidenciais, não existe nenhuma proibição de apoio directo em caso de uma segunda volta, dos candidatos derrotados aos candidatos que passam para a segunda volta.

Sim, cada um é livre de apoiar o seu candidato, mas, qual é o critério que definimos para escolher e apoiar um candidato?

Há quem vote por convicção, tendo em conta o candidato, o seu manifesto, o seu passado/responsabilização e na perspectiva de escolher o melhor para o país.

Há quem vote  no candidato tal, simplesmente, porque é apoiado por este ou aquele partido do qual faz parte, mesmo que não cumpra com os requisitos de avaliação para merecer o seu apoio, se é que definiu algum critério de avaliação!

Há quem vote única e exclusivamente numa perspectiva negocial, dando a conhecer o "preço" do seu apoio, normalmente reivindicado na forma de altos cargos no aparelho do Estado (Licenciados, Mestres e Doutores).

 Há quem vote em qualquer candidato depois de receber as contrapartidas materiais que melhor lhe satisfaz (povo).

Sejamos honestos:

Uma Directoria de Campanha, sendo uma estrutura convicta, comprometida com o seu candidato, deveria em primeiro lugar, reunir-se, analisar o que correu mal e definir novas metas para o futuro, ao invés de prontamente se dispersar, ao ponto dos seus elementos se oferecerem aos candidatos que passaram à segunda volta.

Afinal, que convicção e consideração tinham os elementos das directorias de campanha pelos manifestos e pelas figuras dos candidatos que apoiaram?

As estruturas conhecidas como directorias de campanha são mais do que grupos espontâneos que decidem apoiar candidatos. São parte de um todo que acredita num candidato, que decide a elaboração do manifesto desse candidato, que traça objectivos quer na vitória, quer na derrota do candidato, pois se assim não fosse, se não houvesse estratégias previamente definidas, nem sequer havia necessidade de se estruturar uma directoria de campanha.

Como é que de um dia para o outro se decide apoiar candidatos a quem apontamos o dedo, a quem reprovamos, que achamos não servirem os interesses da Guiné-Bissau e dos guineenses?!

Quando se decide apoiar um candidato, quando se faz parte da estrutura oficial que suporta um candidato, assume-se um compromisso que deve ser levado em conta na vitória e na derrota!

O que assistimos foi uma debandada total de camaleões em busca de garantias de sustento para os próximos tempos...

Eles andam aí, querendo ser assessores disto ou daquilo; embaixadores aqui e acolá; chefes disto ou daquilo e, também, quem faça questão de se posicionar, ainda que de forma camuflada, nos degraus  da Procuradoria-Geral da República, chamando atenção com o seu apoio negocial...

De repente e após a passagem de Malam Bacai Sanhá e Mohamed Ialá Embaló à segunda volta das presidenciais, todos se lembraram que é preciso assumir responsabilidades em defesa do interesse nacional, sendo que o assumir de responsabilidade bem como a defesa do interesse nacional, pelos vistos, passam por votar Malam Bacai Sanhá, em detrimento de Mohamed Ialá Embaló, pois, o PAIGC que apoia Malam Bacai Sanhá, é também o partido que governa, sendo que o seu Presidente, Carlos Gomes Jr., que é o Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, é, para muitos Licenciados, Mestres e Doutores, o Patrão, pois, segundo eles, é quem lhes paga o ordenado...e quando alguém nos paga o ordenado, devemos-lhe submissão, dizem...

Confesso que sinto vergonha!

Confesso que estou decepcionado com muitas pessoas que em determinada altura me fizeram acreditar que queriam o melhor para a Guiné-Bissau...

Que fique claro:

 Malam Bacai Sanhá e Mohamed Ialá Embaló não servem para a mudança que se pretende para a Guiné-Bissau!

Contrariamente ao que muitos dizem, o Didinho não se posicionou publicamente a favor de nenhum dos 13 candidatos iniciais, nem dos 11 que concorreram no dia 28 de Junho!

Se o Didinho tivesse apoiado publicamente o candidato da sua preferência em função do seu critério de avaliação, provavelmente ter-lhe-ia dado a ganhar alguns votos, mas não o fez, por respeito ao povo guineense e a todos os candidatos!

Quem, como eu, tem lutado pela afirmação positiva da Guiné-Bissau, pelo bem-estar de todos os guineenses, certamente não quererá ver a Guiné-Bissau a arrastar-se continuamente na via do retrocesso, por isso, se lutamos pela causa guineense, também devemos aproveitar as oportunidades que a democracia favorece para, acertada e pacificamente, ajudarmos o nosso povo a tomar decisões que permitam uma Mudança Positiva na Guiné-Bissau e isso, claro está, passa pela escolha do melhor candidato para o cargo de Presidente da República e do Partido melhor estruturado e com melhor programa, para a formação do Governo.

Não há no site www.didinho.org nenhum texto demonstrativo do meu posicionamento público a favor de qualquer candidato, mas aproveito a oportunidade, depois de acusações nesse sentido, para dizer a todos que, a 4 de Março, ou seja, dias depois dos assassinatos de Tagme Na  Waie (01.03.2009) e João Bernardo Vieira (02.03.2009, sem que se conhecesse nenhuma data para a realização de eleições presidenciais antecipadas, sem que se conhecesse qualquer candidato, escrevi a Henrique Pereira Rosa, incentivando-o a apresentar a sua candidatura, por achar que era e é a pessoa ideal para o início da Era da Mudança que se impõe para a Guiné-Bissau.

Henrique Rosa respondeu-me no dia seguinte dizendo, entre outros, o seguinte: "... Falando da minha candidatura, é uma boa questão.

A cerca de 20 meses das previstas eleições estávamos, minha família, eu e alguns amigos, tranquilamente a ponderar sobre a pertinência ou não duma eventual candidatura minha à Presidência da República.

Infelizmente os últimos e trágicos acontecimentos que se abateram sobre o nosso País alteraram profundamente os cenários que esboçávamos obrigando-me a ter que pensar e agir mais rapidamente.

Posso passar a mensagem que o meu estado de espírito, quanto a este assunto, é de motivação que emerge de um profundo sentido de obrigação para com a nossa terra e suas gentes.

Vivendo nós ainda um período de recolhimento pelas vidas perdidas, reservo-me a uma decisão para depois das cerimónias fúnebres.

Logo, tomada a decisão dá-la-ei a conhecer ao Fernando."


Voltei a escrever a Henrique Rosa apenas no dia 01 de Julho:

Caro Henrique,

Começo por lamentar que não tenha conseguido alcançar os objectivos desejados para estas eleições.

Infelizmente, a ignorância ainda continua a marcar pontos e marcará por vários anos, na nossa sociedade. É por isso que decidi lutar, através do Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, para que se crie uma nova mentalidade nos guineenses, dando-lhes o que os sucessivos governantes lhes têm negado: a capacidade de pensarem pelas suas próprias cabeças, tal como dizia Amilcar Cabral!

A Campanha do Henrique nestas presidenciais, foi digna de uma Campanha feita para pessoas com capacidade de análise, mas infelizmente, o nosso povo ainda se deixa enganar pela demagogia, ainda continua a confundir a cidadania guineense com etnias e religiões; continua a não saber distinguir o bem e o mal…

Quero felicitá-lo pela forma como soube reconhecer a derrota, dando aos guineenses, mais um excelente exemplo de dignidade, de Homem de Paz e que não se predispôs a estas eleições, simplesmente com o objectivo de chegar ao poder a qualquer preço, mas, acima de tudo, de ser uma alternativa para os guineenses, caso entendessem ser o Homem ideal para presidir a nação.

Infelizmente, uma vez mais se viu que as eleições, em países como o nosso, podem até, constituir factor de retrocesso para o país, em função da própria votação e escolha do povo manipulado pela sua própria ignorância.

Caro Henrique, amanhã, provavelmente, depois do anúncio dos resultados pela CNE, farei a minha análise sobre as eleições.

Quero pedir-lhe um favor:

Desmarque-se de apoiar qualquer dos outros 2 candidatos na segunda volta!

Não peça que os seus apoiantes votem em qualquer deles!

Mantenha a convicção de que você era o candidato ideal para a Guiné e os guineenses, não se vire para nenhum deles, porque não prestam!

Cumprimentos

Vamos continuar a trabalhar!


O Didinho fez questão de manter o site www.didinho.org ao serviço de todos, disponibilizando espaços próprios para todos os candidatos e tendo definido um critério para a avaliação dos principais candidatos através da responsabilização dos mesmos e em função do que já fizeram de positivo ou negativo para o país.

O Didinho criticou o candidato Henrique Rosa no que havia para criticar. Não foi insultado por nenhum apoiante de Henrique Rosa, no entanto, foi insultado e ameaçado por apoiantes de Malam Bacai Sanhá e de Mohamed Ialá Embaló, por não terem gostado das críticas fundamentadas, feitas a estes 2 candidatos...

 Para mim, a responsabilização é a melhor forma de avaliar os candidatos, principalmente, os que já ocuparam o cargo de Presidente da República eleito ou interino, contrariamente aos apelos que estão a ser feitos no sentido de não se declinar responsabilidades, depois de conhecidos os 2 candidatos que disputarão a segunda volta.  Questiono: para a eleição de 28 de Junho não havia responsabilidades?

Alguém lembrou-se de que poderia acontecer precisamente este cenário de uma disputa na segunda volta entre Malam Bacai Sanhá e Mohamed Ialá Embaló, os candidatos com pior reputação e merecedores da maior responsabilização pelas suas condutas até aqui?

Aquando das presidenciais de 2005, Mohamed Ialá Embaló na pessoa de Kumba Yalá, disse-o, nem deveria ser aceite como candidato, tal como Nino Vieira.

A Malam Bacai Sanhá, dei o benefício da dúvida da mesma forma que a todos os restantes candidatos.

Tendo Malam Bacai Sanhá passado à segunda volta com Nino Vieira, obviamente que por ter dito que Nino Vieira nem sequer deveria ser candidato, estava de uma forma ou de outra a apoiá-lo, ainda que não tivesse que me arrepender disso, pois na altura, não havia registos tão comprometedores em relação ao seu percurso, ou melhor, não os conhecia!

Derrotado por Nino Vieira, Malam Bacai Sanhá deu-se a conhecer melhor, pela negativa, ao longo dos últimos 4 anos e o próprio Partido que o apoia (PAIGC) melhor do que ninguém, conhece o seu candidato...

Responsabilidades, interesse nacional - ou irresponsabilidades e interesse pessoal?

 O Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO fez sempre questão de sensibilizar os eleitores para a importância do voto. Dissemos, por exemplo, aquando das Legislativas de Novembro de 2008 que, Votar é Decidir!

Continuamos a sensibilizar os guineenses para a importância do voto, do voto consciente.

Continuamos a sensibilizar os guineenses para votarem no candidato de suas preferências e não a votar em branco.

No entanto, aprendemos algo de interessante com a votação de 28 de Junho, particularmente com a elevada taxa de abstenção (40%) dos eleitores.

Dessa aprendizagem concluímos que, não só o acto de votar significa decidir, mas também, o acto de se abster, um direito cívico antagónico ao direito de votar e que se encaixa na contemplação soberana do povo, quando por razões várias decide por esta prática.

Devemos aceitar que os 40% da abstenção verificada decidiram muita coisa a favor e contra, na votação de 28 de Junho.

Tomando em consideração esse facto e, perante 2 candidatos que conseguiram obter os votos que lhes permitiram chegar aonde chegaram, porque razão se assiste a um apelo incessante dos candidatos, suas directorias e "animadores", aos que não votando neles na votação de 28 de Junho, que o façam no dia 26 de Julho?

Quem tem medo da abstenção, ou da incógnita que significa a repartição dos 40% da abstenção, caso essa percentagem venha a ser convertida em voto útil, assim como os votos indecisos de simpatizantes dos candidatos derrotados?

Vejamos:

Mohamed Ialá Embaló já disse que se ganhar vai "correr com o Governo e as Chefias Militares".

Ora se correr com o Governo, muitos Licenciados, Mestres e Doutores que têm a vida assegurada em função dos compromissos com o Patrão Carlos Gomes Jr. e não com o Estado, vão entrar em desgraça, até porque muitos têm feito promessas divinas para que Carlos Gomes Jr. se perpetue na governação e assim, lhes possibilite tranquilidade eterna nos seus cargos e tachos.

É disso que muita gente tem medo e faz questão de defender, escudando-se na defesa do interesse nacional...mesmo sabendo que o candidato do PAIGC, Malam Bacai Sanhá, também não serve para ser Presidente da República da Guiné-Bissau.

Correr com as Chefias Militares...aí seria complicado, Dr. Mohamed Ialá Embaló, mas seria uma excelente iniciativa!

Exigir do Governo de Carlos Gomes Jr. responsabilidades sobre as mortes de Março e Junho seria igualmente uma óptima iniciativa!

Sobre a construção de uma nova capital em Buba, para 2 milhões de habitantes; uma Universidade para trinta mil alunos; um liceu igualmente para trinta mil alunos, o Dr. Kumba, perdão, Mohamed Ialá Embaló, mostrou ser um exímio comediante...

Como foi possível passar à segunda volta?!

Pela máquina partidária do PRS, mas por ser também um populista e por incrível que pareça, o nosso povo dá crédito aos fala-baratos!

Respeito a decisão do povo guineense, mas o país sairá prejudicado se for eleito Presidente da República.

 

Malam Bacai Sanhá, apoiado por todos os que receiam a vitória de Mohamed Ialá Embaló, argumentando tratar-se do mal menor...

Alguém que por ser um simples candidato às presidenciais, decide pedir apoios financeiros e materiais à Líbia, comprometendo-se a pagar através de contrapartidas patrimoniais da Guiné-Bissau, seleccionadas e exigidas pelo referido país, é um mal menor?! Atenção, esta acusação não é a mesma que foi feita há dias pela Directoria de Campanha do PRS. Na análise que fiz aos candidatos, já tinha feito esta acusação, que é real!

Quem quer beneficiar as suas acções pessoais hipotecando um país que é de todos, é um mal menor?!

Quem nunca deu a cara pela defesa dos interesses do povo guineense, apesar de ser combatente da liberdade da pátria, refugiando-se principescamente em Dacar, regressando a Bissau de tempos em tempos para receber missões e dinheiro de Nino Vieira, missões inclusive contra o próprio PAIGC que o apoiou nas presidenciais de 1999/2000, 2005 e agora em 2009;

Quem nunca denunciou os atropelos na Guiné-Bissau; o narcotráfico, a corrupção, ou não fosse um corrupto... é um mal menor?!

Quem não consegue apresentar argumentos de Mudança para o país e está neste momento completamente dependente do Patrão Carlos Gomes Jr., Presidente do partido que apoia a sua candidatura, como poderá ser um Presidente da República livre para agir em conformidade com as atribuições que lhe são conferidas pela Constituição da República, se já presta vassalagem ao actual Primeiro-Ministro?!

Como ficará a Guiné-Bissau a nível dos direitos e liberdades dos cidadãos, quando o governo em funções não presta esclarecimentos sobre as matanças ocorridas recentemente, assim como a alegada tentativa de golpe de Estado de Junho passado na qual o então Director de Campanha de Malam Bacai Sanhá foi acusado de envolvimento?!

Até hoje, ninguém ouviu o candidato Malam Bacai Sanhá pedir esclarecimentos sobre a acusação feita ao seu Director de Campanha!

Até hoje, ninguém ouviu o candidato Malam Bacai Sanhá sair em defesa do seu Director de Campanha!

É este o mal menor?!

Para aqueles que acham que o mal menor, na pessoa de Malam Bacai Sanhá, serve os interesses da Guiné-Bissau, força, bom proveito, votem nele!

Para aqueles que acham que o populista Mohamed Ialá Embaló serve os interesses da Guiné-Bissau, força, bom proveito, votem nele!

Aos que não votaram nem em Malam Bacai Sanhá, nem em Mohamed Ialá Embaló na votação de 28 de Junho, há que continuar a respeitar os seus direitos, quer de votação, quer de abstenção.

De uma coisa estou certo: Não votaria em nenhum destes candidatos por achar que não servem os interesses da Guiné-Bissau e por assim dizer, não querer ser responsabilizado amanhã, por ter votado num ou noutro!

Respeito as opiniões contrárias sobre este meu trabalho, mas aproveito para dizer o seguinte:

Para a maioria dos intervenientes directos ou indirectos neste percurso eleitoral, a luta, se assim podemos considerar, termina com o anúncio do vencedor da eleição, no entanto, a luta do Didinho e de todos os colaboradores do Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, continuará no dia-a-dia, durante o ano, todos os anos, sempre, em defesa dos interesses de todos os guineenses e a bem da Guiné-Bissau!

Venha daí esse Presidente!

Vamos continuar a trabalhar!

EM QUEM VOTARIA PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA? 27.06.2009

GUINÉ-BISSAU: PRESIDENCIAIS DE 28 DE JUNHO DE 2009 - ANÁLISE POLÍTICA 19.06.2009

 

 COMENTÁRIOS AOS TEXTOS DA SECÇÃO EDITORIAL


Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Fernando Casimiro (Didinho)

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