A Mediocridade da Justiça Guineense

 

 

 

Por: Samper Katomuar (SKA)  

 

 

09.02.2007

 

Os anos passaram, as novas ideias estão em marcha, sem terem medo de ver o tempo a passar, as dificuldades são enormes até deixam a desejar. As ambições são do tamanho do céu, que é impossível de medir! As novas gerações terão que continuar a gatinhar para poderem sobreviver às crises que sopram desde o dia 24 de Setembro de 1973. Quando vejo os ocidentais chorarem da crise financeira, faz-me rir, porque desde a geração dos nossos mais velhos, passando pela dos nossos mais novos, estamos habituados às crises, de forma que, não nos tira agora o sono! Será que a geração mais nova será refém das ideias retrógradas dos frustrados, incompetentes, criminosos a todos os níveis, mais concretamente dos delitos económicos e de prepotências?

Qualquer ciclo ou processo de vida tem um começo, meio e fim! E com o seu passado, aprendemos a determinar o nosso presente e o futuro. Esta aprendizagem, pode ser melhorada consoante o incremento de novas ideias, novos desafios e a ousadia de enfrentar a Verdade no espaço e no tempo das suas implementações. A nossa juventude foi e tem sido afastada do passado. Os canais ocultos continuam a ser barrados com lamas do Corubal, Geba, Cacheu, Buba etc.

A Justiça Guineense é com uma bóia no meio do oceano, que se move consoante a direcção do vento e das ondas marítimas. Há motivos para se pôr em causa a dignidade e a postura de muitos Magistrados Guineenses encapuchados pelas suas frustrações pessoais e sem nenhuma vontade de cumprir com os seus juramentos de compromisso. O desvio das regras do jogo, fruto da aprendizagem de alguns anos, atrás de carteiras das Escolas, dos Institutos e das Universidades, é alarmante e preocupante na vida quotidiana. Enriquecimento num curto período de tempo; receio de perder o pão-nosso de cada dia, são factos referenciáveis à maioria dos Magistrados guineenses hoje em dia.

Por vezes teimava com a minha querida mãe quando me dizia "nha fidju ka bô fasi ki cursu di conta mintida", mas quando analiso os veredictos dos juízes da nossa Guiné nos últimos anos, volto a pensar naquilo que ela me dizia! Eu pessoalmente, respeito a Justiça como um instrumento que serve para regulamentar as regras do jogo quotidiano, apesar de não ser uma Ciência. A subjectividade desta área leva muita gente a pensar como a minha mãe.

Uma vez tive oportunidade de ler uma entrevista do antigo líder e pai da Perestroika, em que ele dizia: "A Democracia é uma arma contra a burocracia e a corrupção", isto leva-me a pensar nos inúmeros quadros guineenses ligados à área da Justiça. Desde um simples funcionário que falsifica muitas certidões com nomes e idades ficticias, reconhecimento de assinatura sem conhecer o conteúdo do texto abordado no papel selado deixado pelo antigo sabedor português etc. Estas andanças estão no meio do processo que daqui a alguns anos chegará ao fim. Com esta minha observação, quero deixar um recado aos Jurados pela Constituição Guineense:

Para não vos importunar com muita leitura, começo por abordar alguns acontecimentos recentes que merecem muita atenção na sociedade Guineense e nalguns órgãos internacionais que acompanham o desenrolar da mediocridade da Justiça Guineense.

Aceitação de dinheiro e compra da vossa consciência através de fundos provenientes de meios obscuros, talvez do nosso vizinho do Sul ou de amigos que não querem ver a Guiné ser um pequeno paraíso de África. Obrigaram-vos a ter rabos presos, readmitindo o Senhor General (designação própria) e o Senhor Doutor que apanhou boleia para as presidenciais de 2005. Esta atitude é um erro gravíssimo que merecerá apreciações contínuas ao longo dos próximos tempos, pois a Verdade é aliada da Justiça!

 Violação do Território de um Estado soberano por aviões piratas que sobrevoam o espaço aéreo Guineense sem conhecimento prévio dos órgãos competentes.

 Tráfico de estupefacientes que desaparecem do tesouro público sem explicações convincentes, e que depois permite que os lucros do negócio sirvam para financiar a campanha eleitoral com mais de 60 viaturas com o valor unitário na ordem dos 25.000,00 (vinte e cinco mil euros) cada; uso de camisolas marca Polo, custando acima de 60 euros cada, porque não foram fabricadas na Turquia, nem na China! Ofertas de muitos outros objectos que não podem pormenorizar aqui.

Libertação de Avião e dos amigos mafiosos que operam nas maravilhosas ilhas do Arquipélago dos Bijagós, bem como no chamado Aeroporto Osvaldo Vieira.

Acusações de envolvimento de oficiais militares em tentativas de golpes de Estado que nunca deixou de existir na Guiné desde o surgimento do fantasma, que barafunda o país.

A tentativa de assassinato da velha raposa que ganha sempre as lutas internas, apesar de utilizar estratégias há muito ultrapassadas. Digo ultrapassadas, em relação à nova geração, que possui outra visão, até porque a mesma táctica foi utilizada para assassinar o seu camarada da mesma Escola de Boé.

A presença dos aventureiros e desesperados "Aguentas" é mais uma prova para um processo Judicial contra o proprietário e os instigadores da violência na sociedade Guineense.

Todos estes pontos acima abordados e muitos outros, têm argumentos palpáveis para um processo judicial com provas suficientes. Há testemunhas vivas, como por exemplo, o Senhor Embaixador "O Cota" que tem alguns conhecimentos sobre o cenário do assassinato. O ex-ministro do Interior que instigou a violência e mentiu em público é outro que também merece um processo judicial! Ele falou da tentativa de golpe de Estado, mas esqueceu de abordar O NÃO CUMPRIMENTO DAS PROMESSAS E AJUSTE DE CONTAS COM OS MEMBROS DO CARTEL. 

Os antigos militares Guineenses que residem no país vizinho do Sul e que regressarão (talvez) em breve ao País, têm provas por escrito.

Na minha observação, acho que não devem ter medo da Verdade, porque o senhor N. Vieira hipotecou a sua cabeça por um poder que já não tem. Na Europa e na Guiné-Conakri era muito difícil de controlar a sua movimentação, devido à falta de meios financeiras dos nossos militares, que conseguiram enganá-lo fazendo-o entrar no país. Agora está atrás das grelhas sem dar conta, ou não querer dar a perceber. Esta é a lógica de qualquer rede mafiosa que circula em qualquer País!

O núcleo de uma Democracia (caso que exista!) e um estado de direito é tentar seguir o percurso limpo, sem compromissos que possam manchar imagens pessoais e profissionais.

Não sei se há um artigo no nosso Livro do Código Penal que fala do perjúrio (juramento falso)? Caso sim, pensem, pensem e voltem a pensar, porque se o dia de hoje é doce para vocês, amanhã poderá ser ácido e amargo.

Como conhecedores das Leis (não sei se é Verdade!), como é que desrespeitam o poder Judicial?

Quem bloqueia a investigação e a junção de provas sobre a actuação directa ou indirecta do Senhor N. Vieira e seus colaboradores directos em diversas actividades ilícitas? O que devem saber, é que em qualquer processo, a mentira acaba sempre por morrer, sendo que a Verdade é imortal. Exemplo disso são os antigos jornais e documentos que circulam na comunicação social que um dia apresentarão a dita Verdade.

       

 

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