A EVOLUÇÃO SOCIAL E O TRIBALISMO

 

Augusto Tchuda

tchudaugusto@hotmail.com.br

06.02.2013

Augusto TchudaNa realidade, a sociedade Guineense passou já por muitas etapas, que por sinal são reflexos de um interessante processo de transformação social, dum Pais que nunca se encontrou os valores de uma sociedade ambicionada ao progresso e bem-estar do seu povo.

Alguém teria que apossar-se do protagonismo político do País para atinar-se, primeiro, a liberdade e depois traçar a senda, não apenas o caminho, mas sim o ideal, o compatível e o desejável, segundo um modelo que não seja objecto de contradições, que não seja absolutista, ou de ideais não comungados por maioria. Um modelo baseada na interpretação da democracia, como diversidade de ideias, como espaço propício de competição de programas e projectos do desenvolvimento. Mas, isso só seria possível, se tivéssemos ignorado as nossas diferenças, ou fazermos delas uma força, como outrora foi a força libertadora.

Se a Guiné é um País multiétnico, é uma primazia, apesar disso, interessante, não seria de refutar as possibilidades de houver discrepância e ausência de reciprocidade de vantagens, muito normal (todos iguais, todos diferentes), pois não podemos ser iguais, mas também não permitiremos que a diferença seja um barranco profundo, porque as oportunidades, sendo discrepantes, nos colocam em posições diferentes, mas estas diferenças não se devem formalizar ao ponto de se institucionalizar o clientelismo, nepotismo e a exclusão social. 

Sempre me vejo obrigado a emitir opiniões, de uma forma ordeira e disciplinada quando a opinião de cibernautas a isso me leva, claro, numa das passagens do ponto de vista dum Senhor utente desta auto-estrada de informação, em relação ao tribalismo, ele disse, passo a citar: prenderam Zamora, não o mataram, prenderam Bubo Natchuto não o mataram e muito recentemente prenderam Pansau não o mataram, fim de citação. Como me deixou entender, os responsáveis por cíclicos assassinatos ocorridos, são da autoria daqueles que ele alegou terem presos estes indivíduos e os deixaram por afinidade étnico-tribal. Não quero partir-me em defesa de ninguém, pois não sou advogado. Estou a defender alguns valores que devem ser preservados. A UNIDADE.

A história da Guiné-Bissau, sempre marcado de casos, sobressaltos, incidentes e inventonas, nos ensinou que os bárbaros assassinatos inexplicáveis, que foram perpetrados contra um grupo de pessoas, que escuso chamar os nomes, desde Outubro de 1986 até a morte a bomba, foram diferentes modalidades de calúnia e morte, em valas comuns, vistas inutilizadas, na vã luta pelo poder, era tribalismo, mas, nunca se houve dizer, que um Papel matou um balanta, ou um mandinga tribalizou alguma situação, ainda, assistimos o recrutamento dos “AGUENTAS”. Tudo isso não foi exibição do tribalismo. Ajuizemo-nos e cuidemo-nos, porque não está muito longe o desmembramento da sociedade, aí, provaremos o verdadeiro sabor amargo do tribalismo, quando porventura acontecer a interrupção de relacionamento interétnica, instalar a intolerância perante insultos que foram sendo direccionados contra uma etnia. 

O Martin Luter King, dizia:

“Eu tenho um sonho. O sonho de ver os meus filhos julgados por suas personalidades, não pela cor da sua pele”.

Por amor de Deus, não ponham em causa a triunfal unidade do povo Guineense, façam o julgamento de todos por suas personalidades e não por suas origens sociais e étnicas, convicções políticas e religiosas. Encaramos o facto de que o mundo está em constante metamorfose a evolução social, suportada pela evolução científica, tendo atingido já um alto grau de desenvolvimento, que até podia contribuir na mudança da nossa mentalidade, tornando-nos característicos e actualizados. Libertos de sectarismo e obscurantismo.

Cada dia é o dia de julgamento, e nós com os nossos actos e nossas palavras, com o nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida, com bons e maus exemplos, estes serão registados eternamente na história. A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo e egocentrismo. Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita a vida é: O que fiz hoje pela Paz, pela unidade?

Segundo me consta, concentramos muito na negatividade de certas pessoas, só não sabemos separar a pessoa dum grupo de pessoas, nem tomamos em conta a positividade da pessoa em relação ao seu contributo a sociedade. Todos somos vítimas de sonhos adiados.

Quando está em causa a País e seus recursos naturais, o povo e a sua dignidade, as vezes seremos obrigados a agir, para colocarmo-nos em posições complicadas. Mas saibam caros irmão que:

A covardia coloca a questão: “é seguro?”

O comodismo coloca a questão: “ é popular?”

A etiqueta coloca a questão: “é elegante?”

Mas a consciência coloca a questão: “é correcto?”

Chegava a altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas temos de fazer porque a nossa consciência nos diz é essa atitude.

Como todos os guineenses, somos vítimas de sonhos adiados, esperanças dilaceradas, mas apesar disso, ainda temos um sonho, porque finalmente a gente não pode desistir da vida.

Morreram grandes líderes africanos, sem que isso pare a marcha do povo, rumo a libertação total do continente.

A nossa unidade vale mais que os seus oiros, diamantes e petróleo. Continuamos orgulhosos e amáveis, assim venceremos os obstáculos da vida.

Viva a Guiné-Bissau

Viva unidade NACIONAL

Somos um povo soberano unido em torno de ideais de AMILCAR CABRAL.

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