A EDUCAÇÃO: PRELIMINARES 

 

Matteo Candido *

01.11.2007

Nas universidades da Idade Média, o erro mais constatado numa disputa pública era a  IGNORANTIA ELENCHI, quer dizer a ignorância dos elementos essenciais do tema e das suas relações.

1. Educar um jovem não é promover o seu desenvolvimento de uma maneira qualquer, mas sim de uma forma humana e não apenas nas modalidades utilizadas, mas respeitando a natureza do jovem. Natureza essa que existe já nele por inteiro, embora de forma embrionária, desde o encontro do óvulo e do espermatozóide no corpo da mãe. 

  a) Na minha opinião, é a partir deste TODO original que se deve reflectir correctamente sobre a educação e elaborar uma lista exaustiva dos seus elementos essenciais. Este todo original, que é a essência humana viva, vem ao mundo com cada homem que nasce e explica-se no tempo e no espaço com as características do país, do povo, onde ele vive. Por conseguinte, existe em cada humanização histórica da essência humana uma parte que pertence à natureza profunda do homem e outra que pertence ao momento e lugar onde ele vive.

  b) O que pertence à essência humana é universal e pode ser transferido para todo o lado, de um povo ao outro. E deve-se fazê-lo, na medida em que é uma riqueza para todas as civilizações. Ao contrário, o que é determinado localmente – positivo para a civilização de origem não pode ser transferido, sem ser previamente descodificado noutros locais e momentos. Senão transferir-se-ia algo de negativo.

  c) A essência universal humana que cada homem traz consigo desde a sua  nascença torna vãs todas as discriminações entre os homens; condena o racismo e a pretensa superioridade de civilização; elimina o imperialismo e o colonialismo; por fim, indica-nos o que garante uma verdadeira e positiva globalização.

  d) Chamar a atenção para as relações entre o que é universal e o que é local nas expressões históricas da natureza humana constitui um preliminar para uma verdadeira educação. O primeiro a ser chamado à atenção deve ser o jovem, que é a testemunha interna desta humanidade universal. E, depois dele, os educadores. Mas, na educação desempenham também um papel importante a cultura, a política e a economia. Estas não podem ser neutras, mas devem favorecê-la; caso contrário  elas desnaturam a sua essência e estrutura.

  e) A educação não é uma parte da vida de um povo, pelo contrário, ela é o centro, o coração de uma civilização, da qual indica o nível.

* Pedagogo italiano, amigo da Guiné-Bissau.


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