AS CRIANÇAS DA GUINÉ-BISSAU

 

 

Filipe Sanhá *

filipesanha@iol.pt

24.09.2009

Filipe SanháNão basta falar das crianças da GUINÉ – BISSAU, como a flor e a razão da nossa LUTA, conforme afirmava, sabiamente, Amílcar Cabral! É fundamental abordá-la nas suas variadas dimensões e multiformes. Todos afirmamos, categoricamente, do amor que sentimos e nutrimos por elas. As razões são várias, mas rumando num mesmo diapasão: elas são o futuro da nossa identidade nacional e defensoras da nossa soberania identitária. Por isso, falar das actuais crianças, estamos a falar de futuros governantes, produtores directos, da riqueza nacional, garantes da nossa soberania e constituintes das nossas futuras forças de segurança nacional.

 Estaremos a falar dos construtores da GUINENDADE. Todavia, a questão central da sua formação e dos nossos recursos humanos, em todos os domínios, prende-se com a FAMÍLIA. Família singular e /ou FAMÍLIA COLECTIVA GUINEENSE, é uma questão do valor identitário! As crianças podem ser flores, e, realmente são, queridas e amadas, em todo o MUNDO, porque são fruto do amor e afecto, mas é fundamental actuar, ou seja passarmos das palavras aos actos, ao pragmatismo. Mas como?

Diria, amá-las, acarinhá - las, até ao limite das nossas possibilidades, culturais, económicas, etc. Mas será que elas são, verdadeiramente, amadas e acarinhadas como presumimos? São, sem margem para dúvidas! No entanto, mais do que o conteúdo é uma questão de forma, porque aqui joga o papel cultural que deve ser balizada, numa sociedade multiétnica e multicultural. Elas precisam ser moldadas / modeladas? Sim! É uma discussão científica que nunca deixou de constituir um paradigma científico! Quando falamos de um paradigma, estaremos atentar na identificação da sua dignidade, crescimento e desenvolvimento como homens de amanhã e do nosso futuro colectivo. Também se nos coloca uma outra questão: será que essa modelação é universalista? Não! A Psicologia e a Pedagogia continuam, posicionando-se num debate aceso em torno desta problemática.

Não foi por acaso que se investigou e se adoptou a andragogia, como metodologia de ensino para adultos, em antítese à Pedagogia, que versa sobre a criança. Um dos maiores, senão o maior expoente e pensador, da Psicologia Genética / Desenvolvimento da criança, do nosso tempo, Jean Piaget, quando acompanhou o crescimento / desenvolvimento dos seus próprios filhos, provavelmente, como cientista, não teria colocado a hipótese da extrapolação dos eventuais resultados a encontrar, ao Universo das crianças, num Mundo Global e tão multicultural.

Hoje, há vários estudos de caso, em vários quadrantes do nosso Planeta, que nos apimentam, investigações, consubstanciadas em realidades culturais diferenciadas. A pobreza não é uma doença, é sim um estado sombrio das injustiças. Todas as crianças nascem da mesma forma /iguais, e têm os mesmos direitos. A UNESCO e a UNICEF, no primado dos seus articulados subscrevem este princípio.

Neste espaço interessar-nos-á falar, naturalmente, das crianças, pais e educadores, como os principais agentes da sua formação / crescimento / desenvolvimento, numa perspectiva humanista e construtivista /edificadora, de uma sociedade solidária e justa.

Centraremos, igualmente, esta nossa intervenção ao longo da vigência deste espaço, como plateia de discussão formativa, para as crianças que nos possam consultar e respectivos pais, encarregados de educação e professores/formadores, na expectativa de uma CONTRIBUIÇÃO, produtiva, para homens que nos governarão, amanhã. Procuraremos ajudar estes agentes, na medida do possível, na sua relação com os filhos e alunos/educandos/formandos, a nível social, escolar e cultural, nomeadamente, sob a forma de aconselhamento, avaliação da precocidade de entrada no ensino primário, orientação escolar e vocacional, de crianças e adolescentes do nosso sistema escolar e formativo, apesar das suas dificuldades, no domínio da apreensão da língua portuguesa, como instrumento de trabalho.

Temos a consciência das dificuldades que se colocam às nossas crianças, uma vez que a esmagadora maioria só fala a língua materna, numa primeira instância, crioula na fase da sua socialização local, e, só, posteriormente, a oficial, como instrumento de apreensão dos conhecimentos fundamentais de aprendizagem alfabética e de conteúdos científicos. Mas estarei sempre disponível, para ajudar e aconselhar, gratuitamente, em todas as horas extra – laboral, porque, no CONTRIBUTO, somos assim, o nosso principal objectivo e neste espaço, prende - se, exclusivamente, com a elevação das nossas crianças e adolescentes, rumo à felicidade e desenvolvimento pessoal, social e cultural, em paridade com as suas congéneres nesta ALDEIA que se pretende GLOBAL, para que a GUINÉ-BISSAU, seja, num futuro próximo, um país de referência internacional, pela positiva.

* Psicólogo, Mestre e Doutorando pela Universidade de Coimbra (Portugal)

ESPAÇO PARA COMENTÁRIOS

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO

www.didinho.org